Narcisista.

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GIULIA.

   Acordei bem cedo pra tomar café mas não tinha nada que eu pudesse comer

— Não tem nada pra tomar café!? - abri a geladeira.

— Não, não tem.

— Mas eu passei no mercado comprei pães, frutas e bolos!

— Você só comprou besteira, precisa se alimentar melhor se não vai ficar mais gorda!? - disse alterada.  - Você já viu quantas calorias tem um abacate?

— Mas mãe eu estou pesando 58 quilos! - isso na minha mãe me cansava, ela queria controlar tudo o que eu fazia e comia.

— Pois poderia pesar até menos, não está chegando nem um trabalho pra você assim fica difícil pra gente! - revirei os olhos.

  — Hoje eu vou pegar mais cedo no estágio, consegui uma pós em odonto pediatria então eu vou passar a chegar mais cedo.

   "Consegui" não é bem a palavra, Eduardo me ajudou a processar a faculdade e como os juros eram bem abusivos o preço caiu pra menos da metade e para eles não ter que pagar o valor que o advogado estipulou eles ficaram de arcar com os valores da pós.

— Sério? - perguntou curiosa mas de um jeito intimidador o que me fez travar por uns instantes.

— Na mesma instituição que eu faço meu estágio.

— Que bom! - deu um sorriso forçado. - Caiu dos céus esta oportunidade.

— Verdade mãe! - olhei no meu telefone e vi que o Uber tinha chiado, me despedi da minha mãe e fui para o meu estágio.

O dia foi bem corrido no estágio mas na hora da aula foi tudo bem tranquilo já que é o primeiro dia de aula, quando tudo terminou eu saí da aula por volta das 20h cansada e faminta.

— Que ventania é essa! - fui atravessar a rua e um carro parou em cima de mim. - Tá maluco! - bati no carro.

— Não olha a rua pra atravessar não!? - Eduardo colocou a cara pra fora do carro e eu sorri.

Entrei no carro e selei nossos lábios.

— Nao imaginei que você fosse chegar hoje.

— Voltei, vou levar o seu enteado nos primeiros dias de curso de aviação.

— Se rendeu? - ele concordou não muito contente. - Acho que você não quer que ele fique longe de você! - alisei a nuca dele.

— Meu único filho acho que é normal mas quando nos casarmos vai ser diferente. - dei uma risada nervosa.

Eduardo sempre entrava nesse assunto e eu apenas negava, casamento não estava nos meus planos ainda mais com uma pessoa que eu ainda conhecia.

— No momento eu só quero um bom prato de comida. - tirei o tênis.

— Vai querer ir no restaurante com esta roupa?

— Não, acho que dá pra gente passar na minha casa a esta hora a minha mãe está na igreja.

— Vai rápido que eu ainda tenho que ir embora, tá bom!?

— tem que ser rápido mesmo que ela já chega.

   Eduardo entrou na minha rua que é sem saída, assim que ele parou a luz de fora se acendeu com o sensor do carro e minha mãe apareceu no portão.

— Giulia!? - parecia que na testa dela havia um ponto de interrogação e não é pra menos já que o carro que eu estava chamava atenção não só pelo modelo mas também pela cor roxa.

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