Capítulo 3

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Depois que Red conseguiu se acalmar a primeira coisa que fez foi tentar mudar sua aparência. Afinal, ela não poderia sair por aí como o demônio em pessoa; causaria pânico.

Suas primeiras tentativas não deram os melhores resultados, pois algum traço da corrupção ainda ficava à mostra. Primeiro foram os cascos, depois os chifres e em sua terceira tentativa além da cauda suas asas apareceram.

De repente, a diamante entendeu qual era o problema. Ela estava tentando assumir a sua antiga aparência com a qual ficava confortável, a aparência que fazia ela se sentir ela mesma, mas naquele momento a sua forma real era aquela com chifres e cascos.

RED: Agora parece que eu saí de um conto de fadas — reclamou consigo — ou de um conto de terror.

Se concentrando em assumir sua antiga forma como um disfarce, o corpo de Red brilhou e sumiu com as características monstruosas, com exceção dos longos caninos.

RED: Foda-se. Melhor não vai ficar — conformou-se enquanto passava a língua nos dentes pontudos. — Próximo passo: ver se eu ainda posso recuperar as minhas coisas.

Seu diamante estava à mostra sobre a camiseta azul marinho que a diamante conseguira projetar sobre si. Dele Red conseguiu trazer alguns objetos: um espelho de corpo inteiro, uma moto Harley Davidson, um Camaro vermelho vinho, sua carteira e uma cerveja gelada.

Satisfeita com os resultados, a diamante abriu a cerveja engolindo a tampinha junto de um gole do líquido espumante enquanto se olhava no espelho. Tudo parecia estar de acordo com exceção do cabelo que não conseguira mudar para o penteado antigo.

Calças e coturnos pretos, camiseta azul marinho e uma jaqueta de couro marrom escuro. O problema era o brilhante diamante estilhaçado em seu abdômen.

Red guardou os automóveis de volta em sua joia, e fez sua jaqueta e camiseta sumirem, projetando no lugar uma regata preta de alças finas. De seu diamante pegou uma camisa vinho e um blazer preto, que normalmente usava quando se passava por Redmond, mas naquele momento serviriam bem ao seu propósito.

A diamante vestiu as roupas, pegou a carteira e a guardou em um bolso interno do blazer. Verificou sua aparência no espelho mais uma vez, então ergueu a barra de sua camisa e colocou o espelho de volta em sua joia.

RED: Acho que estou descente o bastante para uma visita — disse mais para convencer os seus nervos do que o seu ego. — Vamos lá.

Red andou com determinação até o transportador e o ativou, surgindo no terreno da Fazenda De Mayo, que se tornou Fazenda Gem e agora deveria ter outro nome. Apesar de toda a sua curiosidade e sua preocupação com suas amigas e as outras gems, Red sequer cogitou visitar o lugar, trouxe de sua joia uma motocicleta Kawazaki vermelho sangue e um capacete preto com espinhos cromados ao longo de toda a linha central do capacete, como se fosse um moicano punk. Aquele detalhe havia sido presente do pintor que fizera a arte daquela moto. Se prestasse atenção, dependendo da luz, era possível ver um dragão na lataria da moto.

A diamante havia gostado muito, tanto que mal usava a moto para coisa alguma, era quase de estimação, porém naquele momento queria usá-la, nenhuma outra serviria.

Montou na motocicleta, colocou seu capacete e deu partida no potente monstro de duas rodas cujo rugido chegou a assustar algumas gems mais próximas, mas não o suficiente para ver a diamante.

Cerca de uma hora depois, Red estacionava a moto no estacionamento do lugar que ela visitara apenas uma vez e naquele dia havia pedido ao destino que nunca mais precisasse voltar ali. Claramente seu pedido fora negado com força.

A diamante retirou o capacete e o prendeu na garupa da moto com um elástico, se dirigiu até a floricultura bem à sua frente e comprou alguns buquês de flores.

Red Diamond 3: RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora