Capítulo 9

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Red carregou Kalissa até seus aposentos, os quais não usava desde sua chegada à Durag, exceto quando precisou conversar à sós com sua filha.

Com seus poderes abriu e fechou as portas que davam acesso ao interior do aposento e depois ao quarto da esquerda, que em outro momento fora ocupado por Sakura e Pearl.

Com o máximo de cuidado que conseguia ter, colocou Kalissa deitada na cama e foi até a mesa redonda em frente à entrada, onde começou a colocar aquilo que havia separado mais cedo para dar para a hayppi. Pegou de uma cômoda próxima, um prato e um copo. No prato colocou pão cortado em pequenos pedaços e no copo colocou Endarg.

Voltou até Kalissa carregando o prato e o copo ao mesmo tempo que esta se colocava num pose sentada.

RED: Você pode falar agora — disse enquanto entregava o prato com pão para Kalissa. — Mas espero que não fale nada sobre recusar a comida. A menos que seja venenosa para você, nesse caso prefiro que recuse.

Kalissa riu levemente e suspirou como se tentasse se acalmar.

KALISSA: Posso comer isso, minha Soberana. Obrigada.

RED: Ótimo. Então coma. Vou ficar aqui para ter certeza que vai se alimentar.

Kalissa comeu alguns pedaços de pão e tomou alguns pequenos goles de Endarg para ajudar a engolir a massa. O tempo todo Red ficou ali em silêncio assistindo a hayppi comer.

KALISSA: Se me permite perguntar, minha Soberana, por que está fazendo isso?

RED: Não tenho uma resposta racional para te dar, Kalissa. Estou fazendo o que eu quero. Me dói ver você machucada, com fome e sede. Me enfurece saber que alguém teve a audácia de te fazer sofrer por mera crueldade. Contudo, não posso explicar porque me sinto assim.

Kalissa ficou em silêncio enquanto terminava de comer e beber. Red recolheu copo e prato vazios, os levando até a mesa, onde deixou o prato e reencheu o copo com Endarg. Voltou para perto de Kalissa e deixou o copo sobre um criado mudo ao lado da cama.

RED: Deite-se — ordenou e Kalissa obedeceu. Em seguida a diamante puxou uma grande coberta do fundo da cama até cobrir os ombros da hayppi. — Volto para te ver antes do dia começar. Descanse e não ouse sair do quarto, ou seja, passar pela segunda porta que dá acesso ao corredor. Quero que fique bem Kalissa, não me dê motivos para colocar um guarda na porta.

Red beijou levemente o topo da cabeça de Kalissa, que suspirou tranquila com o gesto, e saiu do quarto se deparando com Karina sentada no sofá, pernas e braços cruzados e um ar raivoso ao seu redor. A diamante fechou a porta e logo cobriu o aposento com sua barreira de som.

RED: Qual o problema?

KARINA: Você trouxe uma Zatür para cá!

RED: Primeiro, não é o que você está pensando. Segundo, mesmo que fosse, minha intimidade não lhe diz respeito.

Karina pareceu se encolher frente às palavras da diamante.

KARINA: Se não é o que estou pensando, então o que aconteceu para você trazer essa pessoa para cá? Seus aposentos.

RED: Karina, eu peço que tente manter a mente aberta. Não estamos em Donner nem em Gorkath. Aqui, e em diversos lugares do universo, Zatürs existem por diversas razões que vão além de obter favores e benefícios.

KARINA: Me diga uma razão.

RED: Conseguir comida — disse em um tom misto entre raiva e tristeza. Karina pareceu chocada e descrente. — Kalissa se prostitui para conseguir se alimentar. E nem o suficiente, diga-se de passagem, está debilitada por falta de alimento.

Red Diamond 3: RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora