Red continuava sentada no deck com Isabella dormindo em seus braços quando notou uma pessoa sentada na outra cadeira de alumínio, lateralmente direcionada para ela. Em outros momentos, a diamante teria se erguido de imediato e se colocado numa pose defensiva, porém dada a natureza de sua companhia seria inútil fazer qualquer coisa além de ser cortês.
RED: Boa noite, Nohdus — cumprimentou.
NOHDUS: Boa noite, Red — cumprimentou o deus com um leve sorriso. — Você não para de me surpreender, sabia? — disse se levantando, então andou até ficar em frente à diamante, os sons de seus cascos contra a madeira soando alto na noite silenciosa.
Nohdus possuía uma anatomia muito similar à de Red, chifres longos saltavam de suas têmporas e se curvavam levemente para trás, os cabelos escuros e volumosos em cachos alcançando seus ombros, olhos de íris duplas bicolores nos tons de mel e verde, corpo forte e torneado, pernas cobertas por uma pelugem castanho-avermelhada grossa terminando em cascos escuros, calda longa e fina – na mesma tonalidade que as pernas – terminada com um pequeno tufo de pelos escuros. O deus apresentava uma forma masculina vestindo apenas uma grande tanga de lã bege com um cinto de couro marrom de fivela prata. Nohdus agachou e passou a observar Isabella com atenção.
RED: Ela é a primeira? — perguntou com curiosidade enquanto ajeitava sua cria em seus braços de modo que o deus pudesse vê-la melhor.
NOHDUS: Sim — disse em um sussurro. — Ela é linda.
RED: Como as mães dela — acrescentou com amor pensando em Pearl e Jasper.
NOHDUS: Não se esqueça de você mesma, Diabinho — disse, arrancando uma leve risada da diamante.
RED: Eu deveria ficar brava com você, mas não consigo. Sabe explicar?
NOHDUS: Você já entende em seu interior. Eu tentei ser pai e mãe, Red, não deu certo, mas talvez...
RED: Você consiga ser avô ou avó? — perguntou deduzindo o raciocínio do outro, que assentiu ainda olhando Isabella. — Contanto que não a mime demais nem tire nossa autoridade de mães, não vejo problema. Porém, gostaria que sempre se mostrasse para todos ao redor e, por enquanto, visitasse apenas quando eu estiver por perto. Isso me faria me sentir mais confortável com sua aproximação com ela.
NOHDUS: Achei que me diria para ficar longe — disse o deus, surpreso, encarando a diamante.
RED: Três anos atrás provavelmente diria isso, mas não é como se eu realmente pudesse te impedir. Aliás, eu tenho um neto agora, me sentiria péssima se Karina me dissesse para ficar longe e você sabe que ela tem motivos de sobra para isso, assim como tenho com você. Contudo, vou optar pela confiança e pelo amor, — disse com carinho, porém em seguida seu tom mudou para algo mais sombrio e poderoso — não faça eu me arrepender.
NOHDUS: Não há nada mais perigoso no universo do que uma mãe protegendo sua cria — disse o deus em tom divertido, mas ao mesmo tempo solene. Red assentiu levemente, satisfeita com o mútuo entendimento, e voltou a observar Isabella. — Eu tenho um presente para ela.
RED: Que tipo de presente? — perguntou desconfiada. — Da última vez que nos vimos um presente podia ser um animal morto — disse se referindo ao costume da espécie dominante do planeta onde se encontraram.
Nohdus riu levemente e Red não pode deixar de sorrir.
NOHDUS: Não é nada desse tipo — assegurou, sorrindo. — Posso fazê-la não sentir o que você está sentindo, como foi hoje mais cedo. Meu peito ficou pesado ao ver aquilo, por isso estou aqui.
RED: Haverá algum tipo de efeito colateral? Ela ainda poderá se comunicar por telepatia comigo? Ainda será capaz de ter empatia? Eu vou poder saber quando ela está mal?
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Red Diamond 3: Renascimento
FanfictionTudo estava tão bem, tão calmo. Dois anos se passaram desde a última vez que tiveram que lutar contra algum inimigo. Obviamente foi uma surpresa quando um enorme injetor modificado aterrissou na colina do farol juntamente com uma irritada gem rosa c...