Red Diamond 3: Renascimento

Capítulo 6

Red odiava quando seus mal pressentimentos estavam corretos. A terceira colônia que pedira ajuda também havia sido conquistada, mas por uma espécie que não possuía conexão alguma com as gems. Aqueles eram apenas piratas do universo que se aproveitavam da fraqueza alheia para lucrarem.

As gems estavam desamparadas sem as orientações e suporte das diamantes, consequentemente desprotegidas. Foram facilmente dominadas, escravizadas e até comercializadas. Red ficou tão furiosa que teve problemas para focar em salvar as gems vendidas antes de começar a fazer os bastardos se arrependerem de existirem.

Depois de muito trabalho, ameaças e mutilações, de acordo com os registros dos piratas, além da memória deles e das próprias gems, todas aquelas que foram vendidas haviam retornado, porém Red ainda precisava verificar. Estava voando pelo universo, se certificando que não haviam gems escravizadas em nenhum lugar ao mesmo tempo que espalhava a mensagem de que ninguém tocava em suas gems. Suas gems! Todas e cada uma delas estavam sobre sua proteção. Se não tomassem cuidado acabariam como Duncan de Durag, torturados e devorados, ou como os piratas fantasmas – como eram conhecidos –, mutilados e mentalmente perturbados.

Procurou até a exaustão e ficar satisfeita por não encontrar gem alguma. Parou por um instante observando o universo e notou estar próxima à Durag, então decidiu fazer uma visita para sua filha, afinal seu neto ou sua neta já deveria ter nascido e ela perdera o momento. Karina devia ter ficado uma fera por isso.

Voou rapidamente e sorriu ao ver o planeta bege se aproximando, o que era um tanto estranho, pois nunca pensou que um dia iria sorrir ao ver Durag. A vida era uma grande surpresa mesmo.

Pousou no jardim interno do castelo com propriedade e familiaridade. Andou pelos corredores atraindo olhares assustados e confusos. Os servos e soldados não sabiam se era de fato a soberana ou um inimigo, porém ainda haviam aqueles que caíam de joelhos e a saudavam como se fosse seu pai Nohdus. Para eles Red parava e explicava que ela descobrira ser em realidade a reencarnação de Aka, o que parecia fazer todo o sentido para eles.

O caminho todo foi assim enquanto a diamante tentava chegar à Sala do Conselho, onde provavelmente encontraria sua filha e seu genro Akron. Contudo, uma voz fina de criança lhe chamou a atenção e ainda mais a voz que ouviu em seguida, pois lhe era familiar.

Seguiu as vozes até um pátio interno onde havia algumas fontes de água e um garoto pequeno, aparentando ter cerca de seis anos em idade humana, corria pelos caminhos d'água entre uma fonte e outra enquanto três mulheres corriam atrás dele carregando toalhas. Uma delas era Anaís, quem Red nomeara chefe dos servos, e a quem a voz conhecida pertencia.

ANAÍS: Mestre Ryan! Por favor precisa se secar para seus estudos!

RYAN: Não quero estudar! Estudar é chato! Por que eu tenho que estudar?

RED: Para se tornar um homem forte e digno no futuro — disse parada à entrada assustando todos. — Olá, Anaís.

ANAÍS: Soberana? — perguntou e a diamante assentiu.

RED: Eu passei por uma outra transformação no tempo em que estive fora — explicou e Anaís assentiu como se entendesse.

ANAÍS: Longe de mim questioná-la, Soberana — disse enquanto sinalizava para as outras aproveitarem o momento para secarem o menino fujão. — Mas a senhora está muito parecida com um deus que conheço.

RED: Nohdus, não é? — Anaís assentiu. — Já ouviu falar de Aka?

Os olhos de Anaís se arregalaram e ela se colocou de joelhos no chão com as mãos sobre os olhos.

RED: Anaís, estrelas, não há necessidade disso — disse se aproximando da mulher e agachando à sua frente.

ANAÍS: Mas Aka...