Capítulo 10

34 4 3
                                    

No caminho até seus aposentos, Red se encontrou com as amas fofoqueiras, então aproveitou para lembrá-las de tomar cuidado com o que diziam perto de seu neto e ainda mais com o que diziam dela.

Continuou seu caminho notando olhares e conversas sendo cortadas. Aquelas pessoas precisavam de televisão para se distraírem, contudo, os humanos tinham isso e a usavam para ampliar as fofocas para um nível jornalístico

Red riu consigo. Aquela situação com certeza renderia uma manchete na Terra. "Soberana é vista carregando nos braços conhecida garota de programa até seus aposentos no palácio." Provavelmente a chamada seria acompanhada de uma foto sua e de seu palácio ou até de uma foto sua carregando Kalissa.

A diamante ainda ria quando bateu levemente na porta do quarto ocupado por Kalissa. Sem obter resposta, abriu a porta devagar e olhou na direção da cama, vendo a hayppi ainda dormindo profundamente. Sorriu entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.

Foi até o criado mudo e percebeu que o prato ainda tinha todo o pão que colocara nele e o copo também estava cheio. Não tinha outro jeito, teria que acordá-la.

Retirou um banquinho de sua joia e sentou-se ao lado da cama. Gentilmente balançou o ombro de Kalissa enquanto chamava por seu nome.

A hayppi abriu os olhos de forma assustada e logo se afastou da diamante enquanto puxava as cobertas sobre si.

RED: Kalissa, calma! Sou eu, Red, a Soberana. Está no palácio. Eu te trouxe ontem à noite, lembra?

Kalissa assentiu, mas sua respiração ainda era ofegante.

RED: Beba um pouco — disse levando o copo até Kalissa, que não conseguia sustentar o peso com as mãos trêmulas. — Eu seguro. Não se preocupe. Apenas beba devagar. Goles pequenos. Isso. Chega — retirou o copo da frente de Kalissa e o recolocou na cômoda. — Agora controle sua respiração. Respire profundamente e devagar. Isso. Não queria te assustar, me desculpe.

Kalissa meneou a cabeça de um lado para o outro ao mesmo tempo que parecia querer dizer ou fazer algo, mas não podia.

RED: Hey, tudo bem. Tudo bem. Seja o que for, você me fala daqui a pouco. Só se preocupe em respirar e se acalmar.

Kalissa assentiu concordando e se ajeitou na cama sob as cobertas ficando sentada. Fechou os olhos e se concentrou em respirar.

Depois de alguns minutos, Kalissa abriu os olhos e olhou para Red de uma forma que a diamante não sabia dizer o que a outra sentia. Seus olhos púrpura eram um mistério para ela.

RED: Está melhor? — perguntou preocupada.

KALISSA: Sim, minha Soberana. Me desculpe.

RED: Desculpar o que? Eu te assustei.

KALISSA: Não foi sua culpa, minha Soberana.

RED: Melhor não entrarmos no mérito de culpa senão acabarei caçando cada bastardo que fez você reagir assim hoje.

KALISSA: Como sabe tanto dessas coisas?

RED: Em parte por já ter passado por isso com Duncan — contou e viu os olhos de Kalissa se arregalarem. — Mas isso foi milênios atrás, não pense nisso. Por outro lado, eu também entendo por ter outras amigas e amigos como você em outros planetas.

KALISSA: Como eu, minha Soberana?

RED: Que lutam para sobreviver da forma que podem e muitas vezes são julgados e discriminados por isso. Você faz o que precisa para viver, por que alguém teria o direito de te machucar e maltratar por isso? Ainda mais quando ninguém lhe dá a oportunidade de obter seu sustento de outra forma.

Red Diamond 3: RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora