Com quem entende do assunto

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* HueningKai on *

Saímos cedo da casa do Soobin, logo depois de tomarmos café da manhã, seguindo para nossas respectivas casas, com a certeza de que nos veríamos mais tarde, no velório e em seguida, no enterro.
Porém, diferente dos outros, eu não estava pretendendo passar o restante da manhã em casa, eu já estava farto da minha condição, a minha mente estava um verdadeiro caos, e depois de flagrado pelo Taehyun ontem à noite, acabei por involuntariamente seguir o seu conselho, tomei um banho, peguei minha mochila e aqui estou eu, na entrada de uma clínica psicológica.
Respirei fundo antes de entrar, a verdade é que eu não estava muito seguro de que estava fazendo o certo, quero dizer, a minha única expectativa depois de sair da consulta seria ir direto para o sanatório, pois isso é o que certamente vai acontecer quando eu contar ao psicólogo sobre o que vem acontecendo comigo. Fui até a recepção, onde precisei de três minutos para receber a atenção da recepcionista, que estava muito "ocupada" em seu celular.

- Oh, em que posso ajudá-lo? - Finalmente ela se deu conta da minha presença ali.

- Eu queria marcar uma consulta com a doutora Park, ela é a mais experiente aqui, me informaram certo?

- Sim, isso mesmo... Para quando seria?

- Agora mesmo, se possível.

- Desculpe, mas você deveria ter feito isso por telefone e com antecedência, nós estamos cheios... Mas ela estará disponível no dia vinte e um do mês que vem.

- Eu não vou esperar até o mês que vem... Não pode abrir uma exceção?

- Lamento mas isso é contra o procedimento da clínica, simplesmente não podemos...

Antes que ela terminasse de falar, eu abri minha mochila, tirando alguns maços de dinheiro de dentro dela, pondo-os sobre a bancada da recepção, o que fez a recepcionista calar-se imediatamente.

- O que dizia? - Falei.

- Pode aguardar aí, o senhor será o próximo. - Ela abriu um sorriso largo, forçando gentileza.

- Obrigado. - Me dirigi à sala de espera.

* Taehyun on *

Demorei a chegar em casa, o ônibus demorou muito, o que não era habitual.
Assim que entrei, a Ma Ri veio em minha direção, correndo.

- Ela... Se foi mesmo? - A voz dela soou baixa, melancólica.

- Sim...

- E quando será o enterro?

- Hoje, ao fim da tarde...

- Nós fomos tão duros com ela...

- É tarde para lamentar agora, Ma Ri.

- É, eu sei...

Ela me abraçou, eu acariciei os cabelos dela, também sentindo a minha parcela de culpa, mas de que iria adiantar? Ela se foi, pra sempre, e em todo o seu tempo de vida nos recusamos à dar uma chance a ela, mesmo ela sendo tão difícil de lidar, talvez se tivéssemos tentado mais... Não, deixa pra lá, como eu já disse, lamentar não vai trazê-la de volta.

- Olá... - A Alice entrou na sala.

- O que faz aqui? - Perguntei, me separando do abraço da Ma Ri.

- Ela me fez companhia durante a noite. - A Ma Ri falou. - Eu não queria ficar sozinha, então chamei ela para dormir aqui.

- A mamãe não dormiu em casa?

- Ela disse que ia visitar uma amiga que mora em outra cidade, volta daqui a três dias.

- Ela nem me avisou.

No Rules ☆ +omorrow × +ogether ☆Onde histórias criam vida. Descubra agora