Gotas de sangue

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* Beomgyu on *

- Pai? - Senti como se meu coração tivesse parado de bater no momento em que vi o meu pai ali, parado, de pé na sala de estar, olhando pra mim, era como um pesadelo, o pior de todos.

Ele se aproximou de mim, ainda sem dizer nada, eu me senti em estado de choque.

- O que você está fazendo aqui?! - Acabei esbravejando.

- Essa é a minha casa.

- Não, é! Você nunca foi bem vindo aqui e nunca será!

- Beomgyu, acalme-se por favor... - A minha madrasta pediu, temerosa.

- Quem você pensa que é pra falar assim com o seu pai?! - Ele gritou. - E olhe só pra você... Que roupas são essas?!

- Você não tem nada pra fazer aqui... - Continuei, apesar de também estar com medo.

- Cale-se! Eu não te dei autorização pra falar! Você acha que estou sustentando um filho para voltar e vê-lo vestido como uma aberração?!

- Seung Woo, por favor, deixe-o...

- Fique quieta, Chae Min! Você não tem nada a ver com isso! Está querendo que eu arrebente você?! Não se meta! - Ele já ia na direção dela, porém eu o impedi, segurando-o pelo braço.

- Não se atreva a chegar perto dela!

- O que você disse?! Como você se atreve a levantar sua voz para mim?! - Ele se soltou de mim, novamente me dando sua atenção.

- Eu não vou permitir que você faça algo com ela.

Ele ficou em silêncio, por apenas uns dois segundos, e então soltou uma gargalhada, cheia de escárnio, mas que também não durou muito, pois logo aquela gargalhada se transformou em uma expressão de ódio, que transbordou dele em forma de um tapa, dado com violência contra o meu rosto.

- Seung Woo!

Eu não tive reação, a não ser levar a mão ao local do tapa, meu coração se encheu de raiva, de ressentimento, mas também de uma dor profunda, eu não pude reagir porque sabia que fiquei paralisado, não pude reagir porque tive medo dele.

- COM QUEM VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FALANDO?! ACHA MESMO QUE PODE COMIGO?! - Ele me agarrou pela camisa, sacudindo-me, meus olhos estavam cheios de lágrimas, era inacreditável a maneira como tudo desmoronou a partir do momento em que eu abri a porta de casa. - EU VOU TE ENSINAR A COMO TRATAR O SEU PAI AGORA MESMO! MAIS DO QUE ISSO, EU VOU TE ENSINAR A SER HOMEM!

Ele me segurou com força, e então começou a me arrastar pela casa, eu já sabia muito bem o que me esperava.

- Pai, não! Por favor! - Tentei me desvencilhar dele, mas ele era mais forte do que eu.

- Seung Woo, por favor, solte o Beomgyu! - A Chae Min implorava, tentando ir até nós dois, mas sua cadeira de rodas também era um empecilho naquele momento.

O meu pai optou por ignorar tanto a voz dela como a minha, continuando a me arrastar pela casa, até chegarmos ao meu quarto, ele abriu a porta com força.

- Pai, por favor! Me solta! - Continuei implorando por misericórdia, mesmo sabendo que seria inútil.

Ele me jogou no chão, com muita força, eu tentei rastejar para longe dele, mas ele começou me chutar.

- PAI! POR FAVOR! PARE!

- Seung Woo, largue ele agora! - A minha madrasta entrou no quarto, tentando impedí-lo mais uma vez, porém, ele parou de me chutar, indo na direção dela, e empurrou sua cadeira violentamente para fora do quarto, ela tentou resistir, o que a fez cair no chão, ele a deixou lá, gritando desesperadamente para que ele parasse, mas ele não lhe deu ouvidos, ainda permanecendo implacável, ele retornou ao quarto, trancando a porta dessa vez, vindo até mim.
Ele me bateu por um longo tempo, com socos, chutes, mais do que em qualquer outra vez, eu não podia fazer nada, não tive força alguma para resistir, bem, ao menos é preferível que ele bata em mim do que na Chae Min, ela sim é quem me preocupa. Eu continuei implorando para que ele parasse, meu corpo já não aguentava mais, eu não conseguia parar de chorar, desesperado, me sentindo a pior coisa desse mundo, tão inútil por não fazer nada. Num ato final, senti ele puxar minha orelha com força, e me deu um último chute, ele não parou porque achou que era suficiente, apenas parou porque já estava cansado.

No Rules ☆ +omorrow × +ogether ☆Onde histórias criam vida. Descubra agora