No Rules ☆ +omorrow × +ogether ☆

Perdido em mim

* Soobin on *

Se eu já não estava dormindo bem ultimamente, muito menos na noite passada, eu fiquei horas sentado na cama, pensando em tudo o que estava acontecendo com a Diana, desde o momento em que ela saiu, obviamente após rejeitar a minha proposta de fuga. É claro que falei sem pensar, eu estava tão desesperado que nem medi minhas palavras, foi precipitado, mas ao mesmo tempo, parecia a única coisa sensata à fazer.

- Bom dia, vovó... - Falei, indo até a cozinha para tomar café da manhã, ainda de pijama.

- Por que ainda está assim? - Ela perguntou, enquanto colocava os pratos na mesa - Não vai à escola?

- Vou, mas ainda é cedo... - Falei, me sentando à mesa, pegando o primeiro alimento que vi, pão.

- É isso mesmo? Ou está com preguiça de ir?

- Os dois?

- Você continua o mesmo garotinho de sempre...

- Vovó! Eu não sou mais um garotinho, eu sou um homem e a senhora sabe!

- É, talvez esteja certo... Antes quando era um garotinho, não trazia garotas para a minha casa.

Eu engoli em seco.

- Ah... Vovó, eu só...

- Não me diga nada! Você sabe a regra da casa! É a única coisa que eu peço pra você fazer e você ainda me desobedece! Você não consegue ficar um dia sem estar com uma garota?! Aish, você é igualzinho ao seu pai.

Abaixei a cabeça, sentindo uma sensação estranha, melancólica.

- O que foi? - Ela questionou, ainda com um tom severo. - Ficou ofendido?

- Não é isso...

- Então?

- É que a senhora sempre fala sobre o meu pai, mas nunca diz nada sobre a minha mãe.

- E o que eu deveria dizer sobre ela? Aquela ordinária abandonou você ainda quando era só um bebê, o seu pai e eu tivemos que criá-lo, se dependesse dela, você teria ido pra adoção.

- E aí que está! A senhora sempre diz a mesma coisa sobre ela, o quanto ela foi ruim pra mim... Mas será que não havia nada de bom nela? Será que ela nunca me colocou pra dormir ou cantou uma canção de ninar? Eu só queria ter ao menos ao bom pra lembrar dela...

- Lembrar dela... E pra quê você iria precisar disso? Aja como se ela estivesse morta, nem sabemos se ela ainda está viva, de qualquer forma.

- Eu poderia descobrir, mas nem sequer o nome dela a senhora ou o meu pai quiseram me dizer! Droga, será que não tenho direito?!

- Não levante a voz pra mim! - Ela exclamou, já estando em seu limite.

Eu quis discutir, gritar, esbravejar, mas não ousei faltar com respeito à minha avó, ainda sendo severa assim, ela é a única família de sangue que eu tenho.

- Me desculpe, vovó...

Ela deu um suspiro.

- Sabe a sua marca de nascença? - Ela falou, agora com uma voz cansada.

- A que fica na minha coxa? O que tem?

- Pelo que seu pai me contou, a sua mãe tinha uma igual... Essa é a sua lembrança dela, pronto, agora não toque mais no assunto.

- Isso é sério?

Ela me olhou de maneira rígida, dando a entender que aquele assunto estava encerrado.