No Rules ☆ +omorrow × +ogether ☆

Uma noite apenas

* HueningKai on *

Dois dias se passaram e a Yoon Ah recebeu alta do hospital, os garotos e eu fomos visitá-la antes que seus pais a levassem pra casa, todos estavam muito felizes, principalmente ela... A deixamos ir com sua família, com certeza eles iriam quer passar um tempo juntos e o resto de nós concordou que não deveríamos atrapalhar aquele momento deles.
Porém, não queríamos deixar que aquele dia passasse em branco, e mesmo que a Yoon Ah não possa estar conosco agora, os garotos e eu marcamos de nos encontrar mais tarde, na praça, para andar de skate, a quanto tempo não nos reunimos assim? Faz tempo que não temos um momento de diversão, não queríamos deixar isso passar.
Depois de deixar todos em suas respectivas casas, com exceção do Yeonjun, que foi junto com o Beomgyu, eu voltei para a minha, deixei o carro na garagem e entrei em casa, vendo os sapatos da minha mãe na entrada, o que indicava que ela já havia chegado.

- Mãe?! - Chamei por ela.

Como não obtive resposta, comecei a procurá-la pela casa, e finalmente a encontrei, em seu escritório, visivelmente concentrada em seu notebook.

- Mãe?

Novamente, ela não respondeu, nem sequer percebeu a minha presença ali em pé.

- Mãe!

- Hum? Oh, filho... Você já está aí a muito tempo?

- Quando chegou?

- Uma hora ou duas mais ou menos... E você? Onde estava?

- Fui ver uma amiga no hospital, ela recebeu alta hoje.

- Ah, é mesmo? - Ela tornou a se concentrar no notebook.

Sabe, eu entendo que a minha mãe precisa trabalhar, eu não sou uma criança para ignorar o esforço dela... Mas definitivamente eu odeio a maneira como ela parece obsecada por trabalho.

- Mãe...

- Sim?

- Quer ver um filme comigo?

- Me desculpe, Kai... Mas eu não tenho tempo, preciso terminar esse relatório e depois preciso preencher planilhas e ainda tenho que sair depois... Podemos deixar pra outro dia?

- Você sempre diz isso.

- Eu tenho trabalhado muito, você sabe.

"E eu tenho sentido a sua falta, mas acho que você não percebeu ainda."

- É, eu sei...

- Que cara é essa? - Ela levantou o olhar para mim.

- É a cara de quem está se sentindo órfão.

- Não seja exagerado, você e eu ainda passamos tempo juntos.

- Quando? Quando estamos dormindo?

- Outra vez com exageros?

- Não é exagero, mãe! Você nunca está em casa!

- Olha só quem está falando... Você passa até dias fora de casa.

- Oh, então você percebeu? Você passa tanto tempo fora que achei que morasse sozinho.

- Não use esse tom de voz comigo.

- Eu já estou cansado! Você reclama que não confio em você, que nunca te conto nada sobre mim, mas quando preciso de você... O que você faz? Passa o dia trancada nesse escritório com os olhos vidrados nesse notebook! Você ao menos lembra de que tem um filho?!

- Eu já disse pra não levantar a voz pra mim! - Ela se pôs de pé, batendo na mesa.

- E o que você quer que eu faça?! Que eu continue ignorando o fato de que esqueceu que eu existo?! É tão ruim assim eu querer um pouco de atenção?! Sou uma criança mimada por causa disso?! Você nunca ouve o que digo! Nem sequer sabe quando estou feliz de verdade ou então sofrendo... Nunca soube das coisas ruins que me aconteceram... Você nunca...