Importante pra mim

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* Yoon Ah on *

A enfermeira que eu havia chamado injetou um sedativo no HueningKai, no entanto, aquilo não parecia estar adiantando, ele continuava se debatendo sem parar, ninguém sabia o que fazer. A enfermeira correu para chamar o médico responsável, enquanto isso, eu continuei no quarto, sentindo-me completamente inútil por não saber como fazer o HueningKai parar com aquela reação, seja lá por qual motivo for.

* Soobin on *

Demorei a chegar em casa, depois de ficar de um lado para o outro, rodando de moto por aí, em alta velocidade, mas acabei decidindo voltar.
Entrei em casa, sentindo a minha mente explodir, chamei pela minha avó e pela madrasta do Beomgyu, mas não havia ninguém em casa, nem mesmo ele.
Aproveitando aquela solidão temporária, eu subi para o meu quarto e me joguei na cama, afundei o rosto nos travesseiros,  sentindo minhas mãos tremerem, eu dei um grito alto, que soou abafado.

* HueningKai on *

De todas as coisas estranhas que já me aconteceram, essa com certeza é a mais estranha de todas. Cá estou eu, lutando contra mim mesmo, pelo controle da minha própria mente, pelo meu próprio corpo, o meu bem e o meu mal... Se tem algo mais bizarro do que isso, eu desconheço.
O Lamak me jogou no chão, com muita força, pondo-se em cima de mim, ele arranhou meu rosto violentamente, com suas garras, o me causou uma terrível dor, porém, eu tive forças suficientes para conseguir empurrá-lo para o lado, sendo a minha vez de ir pra cima dele, contudo, ele era mais forte do que eu, ele conseguiu me chutar para longe de si, agora se pondo de pé, eu também me levantei, o mais rápido que pude, porém, ele veio em minha direção novamente, com ainda mais violência, e me jogou contra um dos espelhos, que se quebrou inteiramente, os cacos de vidro cortaram minha pele, os ferimentos ardiam, mas isso não era suficiente pra ele, é claro que não.
Ele andou em minha direção, eu tentei me levantar novamente mas meu corpo doía muito, minha única opção foi tentar rastejar, porém, ele se pôs de cima de mim mais uma vez, me imobilizando, e então puxando as minhas asas, arrancando as penas com muita força, o que me causou dor, mas também me fazia sangrar ainda mais.

- O seu corpo será meu... - Ele disse, num tom claro, pronto para dar o seu golpe final.

No entanto, enquanto ele me batia, eu estendi minha mão, com muito esforço, eu peguei um daqueles cacos de vidro, e me virei bruscamente, já percebendo que ele iria me matar naquele momento, eu enfiei aquele pedaço de vidro nele, antes que ele pudesse fazer algo. Ele parou de se mover, no mesmo instante, ele abaixou o olhar para seu abdômen, olhando aquele caco de vidro, preso ali, enquanto o sangue jorrava, ele tocou a região, tentando conter o sangue, e então tornou a olhar para mim, que permaneci paralisado, assombrado, foi quando sangue escorreu de sua boca, e então ele caiu, debruçado sobre mim, ainda de olhos abertos... Ele estava morto.

- Lamak... - Eu chamei por ele, mesmo sabendo que ele já não me ouvia mais.

Ainda com ele ali, por cima de mim, eu ergui minhas mãos, olhando para elas, encharcadas de sangue. Lágrimas pesadas escorreram pelo meu rosto, eu fechei meus olhos.

Quando tornei a abrir os olhos, eu já não estava naquele lugar, mas também não consegui reconhecer onde eu estava, não imediatamente pelo menos. Ergui minhas mãos outra vez, vendo que estavam limpas,mas também notando que meu pulso esquerdo estava enfaixado, comecei a olhar em volta, percebendo que se tratava de um hospital, foi quando me lembrei do que havia acontecido anteriormente, eu havia tentado tirar minha própria vida.
Fiquei olhando para o teto, ainda meditando sobre o ocorrido, o incidente na casa do Taehyun, as palavras que ele, o Yeonjun e o Soobin disseram me machucaram muito, mais do que qualquer coisa que eu já ouvi em minha vida... Eles realmente acharam que eu matei aquelas garotas?
É verdade que o Lamak tentou me convencer a matar a Diana... Mas eu não fiz assim. Na noite em que ela morreu, eu e o Lamak brigamos, ele tentou assumir o meu corpo outra vez, mas eu o empurrei para o espelho, e então o quebrei, achando que assim ele nunca mais sairia... Eu me tranquei no quarto em seguida, jogando a chave por baixo da porta, eu sabia que o Lamak podia voltar e eu não queria que algo acontecesse... A minha mãe abriu a porta no dia seguinte, confusa, é claro, mas não perguntou mais nada por causa de que algo maior havia acontecido; o assassinato da Diana.
Aquilo me confundiu, por um momento eu pensei que o Lamak poderia ter feito aquilo sozinho, mas ele não podia tocar em nada sem um corpo físico, o meu corpo... Eu sei que parece muita coincidência, mas eu não matei a Diana... Não fui eu quem fez aquilo.
Na noite em que a Ma Ri morreu, eu tinha ido até o consultório da doutora Park, mas já era muito tarde, é claro que ela não estava lá, então eu voltei pra casa... Enquanto a noite em que a Alice morreu, eu permaneci em casa, eu toquei piano até não aguentar mais, como numa noite qualquer... Tudo isso era só uma coincidência, mas que serviu para me acusarem de algo tão horrível. Talvez eu compreendesse se a polícia ou outra pessoa me acusasse, mas não os meus amigos, quero dizer, ex amigos.
Não sei se vou conseguir perdoar isso, não sei como serão os meus dias daqui pra frente, eu mal abri os olhos e estou arrependido de ter acordado.
Virei minha cabeça um pouco para o lado, notando que havia alguém ali comigo, e quando percebi quem era, me surpreendi.

No Rules ☆ +omorrow × +ogether ☆Onde histórias criam vida. Descubra agora