Sangue do meu sangue

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* Yeonjun on *

- Pronto, está entregue. - Falei, ao chegar à frente casa da Yoon Ah.

- Ainda acho que eu deveria ter te levado em casa. - Ela falou. - É você quem precisa ser mimado e não eu.

- Não considere isso um mimo, você é minha amiga e me sinto responsável por você. É mais do que um mimo.

- Mais uma razão pra eu ter feito isso. Também me sinto responsável por você.

- Pena que o Beomgyu acabou se machucando...

- E pior ainda por não querer a companhia de ninguém. Ele parecia chateado...

- Ele não gosta de hospitais. Bem... E como vocês estão?

- Nós?

- Não há mesmo uma chance de retorno?

- Eu não sei... Eu amo o Beomgyu, amo mesmo e entendo o que ele está passando mas ele não pode viver com medo pra sempre, não dá pra viver assim.

- Medo? - Fiquei confuso. - Do que está falando? E o que o Beomgyu está passando? Ele está com problemas?

- Ah... Não, ele só... É melhor eu entrar.

- Mas eu...

- Até amanhã, Yeonjun. - Ela entrou em casa apressadamente.

"Isso está estranho demais..."

* HueningKai on *

Cheguei em casa às pressas, nem eu mesmo imaginava que podia correr tanto. Assim que entrei eu subi direto para o quarto da minha mãe, o único cômodo o qual eu não havia quebrado o espelho, usando da mesma desculpa: "foi um acidente".
Abri a porta do quarto e corri até o espelho, desesperado, sentindo meu coração bater rapidamente, meu rosto ainda estava molhado de lágrimas.

- Lamak! - Eu chamei por ele, na frente do espelho, porém, ele não me apareceu. - Lamak, eu sei que você está ouvindo!

Novamente, não tive resposta dele, ao contrário, o meu reflexo repetia tudo o que eu fazia, como deveria ser, mas não naquele momento.

- Lamak, por favor... - Implorei.

E ele não me apareceu.
Eu sei que pareço um lunático ao chamar por ele depois de tudo o que aconteceu, mas dessa vez, eu precisava, embora não soubesse muito o que fazer, eu precisava estar diante daquela parte de mim.
Eu caí de joelhos no chão, me entregando ao meu próprio choro, as memórias daquele dia não paravam de me atormentar, eu nunca havia falado daquilo com ninguém, nem mesmo com a minha mãe, eu só queria esquecer aquilo... Eu achava que era minha culpa.
De repente, acabei me dando conta de quando estava mais sozinho no quarto, pois vi alguém do outro lado, sentado no chão, de costas para mim, era ele.

- Lamak... - Eu rastejei até ele, que se recusou a se virar para mim.

Ele estava sem camisa, mostrando aquelas cicatrizes, escuras e profundas, exatamente iguais, as cicatrizes de suas asas.
Já perto o suficiente, estendi minha mão para tocá-lo, acho que essa foi a primeira vez, sua pele era fria como a de um cadáver, senti todo o meu corpo paralisar naquele momento, mais lágrimas me vieram aos olhos.

- Por que... Por que não me contou antes? - Questionei, com a voz baixa.

- Você já sabia, de qualquer forma... - Ele falou.

- Mas eu...

- Você teve a chance de se defender dele... Você lembra? Aquela cadeira quebrada, com uma barra de ferro solta? Você teve a chance de atingi-lo, e não fez... Por quê?

No Rules ☆ +omorrow × +ogether ☆Onde histórias criam vida. Descubra agora