SADIE - Volto a ser reconhecida como tagarela

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SADIE

Bem, voltou a ser a minha vez de contar os acontecimentos. Deixe-me antes voltar alguns dias, sim? Um dia depois que Anúbis foi me visitar, acordei, tomei café da manhã, banho e essas coisas. Além disso, eu estava começando a me dar bem com meu breve colega de quarto, Nico, e o agregado que sempre aparecia por lá, Will.

Certo dia, eu estava sentada nas escadas de entrada do chalé de Hades com o violão de Will na mão. Ele me ensinava a tocar violão. Grande fã da Adele, a primeira que escolhi foi Best for Last. Talvez eu tenha almejado grande demais para uma primeira tentativa no violão, admito. Estava totalmente fora do ritmo, tocava devagar de mais e errava muitas notas, mas eu iria treinar mais.

- Acho que você conseguiu acertar pelo menos umas 5 notas seguidas dessa vez – disse Will com um sorriso gentil – No tempo certo e tudo mais. Está melhorando.

- 5. Temos um novo recorde – disse Nico.

- Shiiu... – reclamei – Eu estou melhorando tá? Acho que estou muito é boa pra quem nunca teve aula de violão e não é filha nem aparentada de nenhum deus ou deusa com características bem musicais. Faz melhor então.

- Justo – disse Nico dando de ombros e sentado do lado do namorado que se conteve em suspirar com um sorriso no rosto.

Eu já estava ficando cansada de segurar vela. Por mais que fizesse pouco tempo que Anúbis tinha saído, ainda não era uma situação legal poxa. Walt morreu, e acho que estou um pouco melhor. Afinal, ele não gostaria de me ver naquela situação de mal conseguir sair da cama. Anúbis foi resolver os assuntos divinos dele (de novo). Meu irmão estava de fofurices com a namorada dele. Juntando tudo isso, e aquele dois se enchendo de açúcar e carícias, não conseguia evitar ficar um pouco deprê.

Certo dia, tive uma conversa com Nico que foi mais ou menos assim:

– Mas ei, me deixa perguntar uma coisa. – perguntou Nico nesse dia enquanto eu comia rufles sobre minha cama e ele comia uns biscoitos recheados na cama dele - Você não fica... sei lá... receosa ou algo do tipo?

- Com o que? – perguntei.

- Sabe, seu namorado é um deus. Como raios isso começou?

- Ah... sei lá – eu disse dando de ombros – As vezes eu tenho que ficar me lembrando de que ele é um deus. A primeira vez que o vi, lembro que uma das coisas que pensei foi que ele não parecia um ser de milhares de anos com poderes bem legais, mas sim nada mais do que um adolescente solitário.

Pois é. Lembro-me daquele dia que conheci o deus do papel higiênico. Ah, pra quem não sabe: "deus do papel higiênico" é um apelido que dei pra ele por causa das faixas de múmia que me lembraram um pouco de papel higiênico.

Voltando a aula de violão, Will e Nico estavam, acho, só fingindo me escutar, pois o braço de Will passava ao redor de Nico e seus dedos acariciavam o braço de Nico gentilmente que corava todo sem graça. No entanto, para minha alegria, Carter veio me salvar do momento solitário ao chegar chamando-nos.

- Vamos? – perguntou ele – Conseguimos falar com Percy e Annabeth. Eles estão vindo de Boston e vão passar aqui indo direto para Nova Iorque. Podemos arrumar nossas coisas e eles nos dão carona até lá.

- Porque essa presa toda para voltar? – perguntei.

- Eles vão ter que voltar para costa oeste em pouco tempo e querem aproveitar cada segundo aqui. Além disso, parece que Percy prometeu que ia ficar de babá hoje à noite – explicou Carter.

- Beleza. Arrumarei minhas coisas – disse. Bem, não era como se eu tivesse muito para arrumar. Havia chegado ao acampamento só de pijama e as roupas que eu vestia agora eram emprestadas, embora eu tenha dado uns jeitinhos de lavar minhas roupas – Já falou com os outros?

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