ZIA - Campos de morango

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ZIA

Carter estava mal. Eu me preocupava muito com ele. Só de olhar o estado em que ele estava o meu coração se partia em mil pedaços. Mesmo com a ambrosia que os tais filhos de Apolo deram, ele ainda tinha demorado mais de um dia inteiro para acordar. Mas pelo menos ele teve bastante atenção. Eu e Sadie ficávamos nos revezando para ficar cuidando dele e às vezes Sean, Julian ou Cléo revezavam com a gente também para que pudéssemos descansar. Afinal, tinha sido um dia muito cansativo.

Como havia sido uma aventura bem cansativa que tivemos na Casa do Brooklyn, estavam todos ainda muito cansados não importando o tanto que descansávamos ou o tanto que as pessoas do Acampamento Meio-Sangue tentassem nos receber bem. Tínhamos usado muita magia e ambrosia nenhuma conseguiria curar o cansaço psicológico.

O sol havia começado a entrar timidamente pelas janelas do chalé de Apolo e eu me apoiava de bruços na beirada da cama de Carter em um estado letárgico entre dormindo e acordada quando ele resmungou alguma coisa inteligível. Eu me levantei na hora, pois ele não dava nenhum sinal tão grande quanto um resmungo inteligível desde que tinha desmaiado no quando saíamos do cemitério.

Meu coração se encheu de alegria quando notei que os olhos dele abriam com fraqueza. Acho que essa felicidade ficou bem estampada no meu rosto, pois eu não conseguia parar de sorrir e a imagem ficou embaçada quando meus olhos se encheram de lágrimas. Passei a mão em meus olhos tirando-as quando Carter resmungou:

- Perdi muita coisa? Onde estamos? – ele disse numa voz fraca de partir o coração. No entanto, pelo menos ele tinha acordado.

Antes de responder qualquer coisa, deixei que as lágrimas rolassem pelo meu rosto e o abracei com força, mas delicadeza enquanto a sensação de alívio enchia meu peito.

- Que bom que acordou! Estávamos todos preocupados! – eu disse enquanto ele abraçava-me de volta.

- Desculpe por preocupar todos – ele disse com uma fraca risada.

Eu o soltei levemente e simplesmente continuei a seguir meus instintos quando nossos lábios se aproximaram e se tocaram. Foi um beijo com um gosto estranho já que as lágrimas ainda caíam de meus olhos e escorriam pelo meu rosto. No entanto, foi um beijo gostoso, leve e adocicado. Ao nos separamos, nos olhamos por uns segundos e ele, com um doce sorriso, me deu um beijo na bochecha. Eu abri um sorriso maior ainda e o acariciei na bochecha antes de dar-lhe um selinho nos lábios.

- Estamos no Acampamento Meio-Sangue, no chalé de Apolo. Parece que é a enfermaria do lugar. – expliquei com a voz repleta de alívio por o ver acordado e aproveitando para limpar as lágrimas de meu rosto.

- Quanto tempo eu dormi?

- Dois dias e algumas horas... – expliquei cabisbaixa. Todos já estavam ficando preocupados, até os filhos de Apolo que cuidavam dele. Segundo eles, era estranho que ele tivesse demorado tanto para acordar.

- Tanto assim? Como estão todos? O que aconteceu? – perguntou ele se agitando e tentando se sentar, mas eu forcei para que ele voltasse para a cama.

- Relaxe. Não se agite. Estão todos bem. Estamos meio espalhados pelos chalés que tem aqui. Tem um monte, você deveria ver quando puder sair dessa cama. É um lugar bem legal aqui.

- você ficou todo esse tempo me esperando acordar? - ele perguntou, sua expressão parecia indicar que havia ficado tocado com isso.

- Sim - eu disse afirmando com a cabeça - Fiquei revezando com a Sadie principalmente mas as vezes com Sean, Julian e Cléo também.

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