MESTIÇO
Pode até parecer coisa da minha cabeça e tudo mais, já que podia ouvir a conversa alta e das risadas que conseguia ouvir do quarto do Magnus, tudo nesse corredor parecia bem mais silencioso. Provavelmente porque o quarto de TJ e Mallory estivessem vazios. Claro, Mallory estava bem longe ajudando as tais Caçadoras de Ártemis, mas isso não quer dizer que não doa embora vocês não vão me ouvir falar isso em voz alta novamente!
Cansado do longo dia, praticamente me joguei sobre a minha cama e fiquei lá sentado com os braços apoiados nas coxas enquanto repassava a batalha recentemente várias vezes em minha cabeça.O comportamento daquele monstro horrendo era certamente muito estranho. Por vezes os ataques simplesmente passavam direto, por vezes tocam em seu corpo sem fazer nenhum dano. Aquele tal Asag era tão feio quanto um Draugr e a sensação que ele dava fazia arrepiar até os pelos da nuca e muito me lembrava do frio de Niflheim.
Pelas risadas que saiam do quarto de Magnus, duvido que qualquer um ali dentro estivesse pensando em como enfrentar esse novo adversário. Como não estou nem um pouco afim de perder mais um de meus amigos, considerei que a tática de conhecer melhor o inimigo seria um bom começo. Sei bem que posso até passar uma imagem de selvagem ou troglodita, mas nesses anos em Valhalla eu aprendi uma coisa ou outra de útil. Não estávamos agora lutando contra monstros e deuses que cresci ouvindo as histórias contadas pela minha mãe, nem contra soldados ou camponeses, majoritariamente ingleses, que junto à Ivar massacrei.
Toda essa situação ao nosso redor parecia tanto mais uma guerra iminente do que mais uma missão, que não demorou muito para um livro que li uns 10 ou 12 anos atrás surgir na minha mente. Olhei para a pequena estante no canto do quarto cujas prateleiras mais altas estavam um tanto esquecidas e procurei com o olhar o livro de capa vermelha antes de, com um suspiro, lembrar que eu havia perdido ele numa queda de braço com o Arnsten do vigésimo sexto andar depois de uma noite de bebedeira.
O tal livro que eu procurava era o, já famoso, A Arte da Guerra. Não acho que eu precise dar qualquer introdução sobre ele né? Útil para várias coisas, foco na guerra, chinês... essas coisas já devem resumir bem. Claro, minha versão não era em chinês. Dentre todos os lembretes que o livro dá sobre a importância do clima, do terreno e de uma boa estratégia, eu não conseguia deixar de lado a importância de conhecer o seu inimigo. Foi exatamente com esse pensamento que, em seguida, peguei o celular surrado que havia arranjado, por questões de facilidade considerando que Mallory estava muito longe, e comecei a pesquisar sobre o tal Asag.
A Wifi de Valhalla por si só já não era tão boa assim, mas com tanta gente usando ao mesmo tempo, ela com certeza poderia dar nos nervos. Depois de o que bem me pareceu meia hora esperando, consegui abrir a página da Wikipédia sobre o Asag. Não sei bem até que ponto a Wikipédia poderia ser útil na vida real, já que Helgi realmente parece mais heróico lá.
Não sei bem a veracidade das informações, mas, pelo menos até onde eu sabia, tudo parecia bater. Feioso e monstruoso, por exemplo. Acho que poderia contar com a veracidade de suas origens babilônicas, mas eu realmente queria torcer para a parte de só sua presença poder cozinhar peixes vivos ser mentira. Talvez... só talvez... nossa solução pudesse estar nesse tal martelo chamado Sharur que mencionaram que pode o derrotar.
Eu ainda estava tentando digerir o tamanho do problema que tínhamos em mãos, quando chegou a notificação de mensagem de Mallory. Rapidamente larguei minhas pesquisas de lado e fui ver sobre o que ela queria falar. Afinal, estava preocupado com ela e era difícil os dois estarem no celular ao mesmo tempo.
[Mallory (16:58): Hey. Tudo bem por aí?]
[Mestiço (16:59): Preocupada com os filhotes? Tá tudo bem sim, mas foi por pouco. Outro monstro resolveu tentar atacar a Sam]
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Os Deuses da Mitologia
FanfictionCONTINUAÇÃO DOS LIVROS DO RICK RIORDAN. E se os egípcios, gregos, romanos e nórdicos do mundo do Rick Riordan se vissem em um problema enorme que acabaria por ter que obrigar todos a, não só se conhecerem, como também terem que enfrentar uma situaçã...