MAGNUS - Virada do ano com Alex

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MAGNUS

A virada do ano já tinha sido uns dias atrás, mas eu não consigo tirar aquele dia da cabeça. Ah sim, foi mal. Começo brusco né? Deixe-me voltar um pouco.

Oi, meu nome é Magnus Chase, tenho 16 anos (Teria se estivesse vivo), morri aos 16 (É. Não mudou. Eu sei) em Boston, Estados Unidos. Eu estava cravando uma espada em um Jötunn quando sua investida nos empurrou pela amurada de uma ponte. O pior foi que eu já estava bem machucado antes com meus órgãos queimando por causa do piche derretido. Envie isso para 20 pessoas e minha alma estará sendo salva por você e pelos outros 20 que receberão. Caso não repasse essa mensagem... Tá. Cansei. Vocês entenderam.

Eu morri bem no dia do meu aniversário. Presentão né? Desde minha morte, quase um ano já havia se passado e muita coisa aconteceu desde então. Por exemplo, descobri que meu pai é o deus nórdico do Verão, Frey. Descobri que minha prima, Annabeth, tinha sangue divino de um lado da família também, só que o dela era grego. Também me meti em muitas brigas, a maioria por causa de Loki. Loki, o deus nórdico da trapaça, era também a mãe (sim, a mãe), da pessoa com quem eu passei a virada de ano e o motivo pelo qual eu não conseguia parar de tirar a virada do ano da cabeça.

No dia do ano novo, eu estava no Espaço Chase, um abrigo para jovens desabrigados e que antes era a mansão da família, cuidando das coisas por lá. Era inverno em Boston e estes costumam ser bem rigorosos então, uns dias antes, Alex chegou com um monte de cobertores para distribuir. Alex é gênero fluido, mas, naquele dia, estava bem masculino. Assim como no 4 de julho, subimos até o telhado da casa para admirar os fogos de artifício que iriam iluminar o porto de Boston.

Já no telhado, usamos uma das espreguiçadeiras como banco e sentamos um do lado do outro na lateral desta e nos enrolamos cada um em um cobertor enquanto segurávamos uma xícara de chocolate quente e esperávamos a hora dos fogos de artifício.

- Será que vai demorar muito? – perguntei enquanto me perguntava que horas eram. Estava meio preocupado com o frio que estava. No entanto, estava mais preocupado por causa de Alex do que por mim já que, sendo filho do deus do verão, eu tinha certo estoque de calor próprio. Enquanto pensava sobre isso, Alex se grudou em meu corpo e, como seu cobertor era maior que o meu, passou ele ao redor do corpo de nós dois. Eu olhei para ele, meu rosto levemente corado enquanto ele permanecia olhando para o céu.

- Porque você é quente e cheio de verão – disse ele abrindo um sorriso meio brincalhão respondendo ao meu olhar meio lezado e questionador.

- Me faz lembrar de Jötunheim – respondi enquanto ele olhava para mim com o canto do olho e eu notava que suas bochechas estavam levemente coradas também.

- Sim... Só que agora está menos frio. – disse ele.

- Me fez lembrar também do que fez nessa vez em Jötunheim – disse corando ainda mais. Minha mente foi levada de volta para o beijo que demos em Jötunheim, a primeira vez que beijei Alex. Logo fui desviando um pouco o olhar e então voltando a olhar no mesmo momento em que ele me fitava com aqueles mesmos olhos cintilantes, mel e castanho, que tinham me fitado em Jötunheim. – Ah... Sabe... A-aquilo... Que... Bem...

- Cala a boca Magnus – disse Alex me cortando e no milésimo de segundo seguinte me beijando rapidamente. No entanto, somando mais uma diferença à quando nos beijamos em Jötunheim, dessa vez eu consegui entender o que estava acontecendo antes que seus lábios tocassem nos meus. Logo, dessa vez, eu pude corresponder ao invés de só ficar congelado no lugar tanto no sentido literal quanto figurativo da palavra "congelado".

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