ANUBIS - Ninguém me faz sentir mais vivo do que você

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ANUBIS

Eu estiquei os braços me espreguiçando depois de ter ficado sentado naquela cadeira depois de algumas horas. Já fazia quase uma semana desde que me separei de Sadie e dos outros e me irritava muito que eu estivesse demorando tanto a ir para o Acampamento Meio Sangue. Nunca havia ido até lá, então estava curioso. No entanto, eu tinha que resolver uma coisa primeiro.

Cruzei os braços e encarei o homem que sentava do outro lado na mesa que havia na minha frente. Ele contava o dinheiro e o amarrava em um bolo bem grosso fazendo-me sentir que estava fazendo algo errado. Bem... Talvez ele também achasse que eu estava fazendo algo de errado.

- É, acho que você ganhou – disse ele suspirando e olhando para os artefatos que estavam sobre a mesa. Dois rolos de faixas de múmia, um pingente, uma estátua do tamanho de uma boneca e dois vasos pequenos – Todos os profissionais que conheço e outros mais analisaram as peças e todos afirmaram que são verdadeiros artefatos egípcios do Antigo Império.

Claro que eu sabia que eles eram verdadeiros e do Antigo Império. Afinal, eles eram meus desde época do Antigo Império. Ele deve achar que eu roubei alguma coisa ou algo do tipo, o que não fiz. Na época, a maioria daquelas coisas mal passava de quinquilharias ou algo com algum pequeno valor. Hoje em dia... Bem... Digamos que o bolo de dinheiro ficou bem gordo. Pessoas normais vendem coisas velhas que tem em casa em feiras de garagem, brechós e coisas do tipo, eu tive que achar alguém licenciado para vender objetos de arte e artefatos históricos, provar a autenticidade deles e que acreditasse em mim quando eu dizia que as coisas não eram roubadas. Nunca precisei de dinheiro, então estava achando aquilo estranho. No entanto, parte do meu plano precisava e, se este não desse certo, já sabia o que fazer com ele. Não me doía o coração vender aquelas coisas, era literalmente só lixo que estava acumulado no Duat.

- Aqui – disse ele entregando-me o bolo de dinheiro com uma expressão que mostrava que ele ainda duvidada de mim – Embora ainda me pergunte onde os arranjou e como eles estão em tão bom estado.

- Não se preocupe. São totalmente autênticos, como já disse antes – eu disse pegando o dinheiro que ele me estendia e sai do escritório – Obrigado.

O escritório dele era em Los Angeles, numa parte da cidade que há alguns séculos atrás foi cenário de uma batalha entre mexicanos e americanos pelo controle da cidade. A quantidade de mortos desta área me permitia aparecer no escritório do comerciante. No entanto, apesar de ele ter me visto saindo de seu escritório, caso olhasse pela janela, nunca me iria ver saindo do prédio. Isso porque usei a porta apenas para não assustar o homem, pois, assim que passei por ela, simplesmente desapareci e reapareci em outro lugar.

Este outro lugar, estava bem longe de ser animado. Guardei o bolo de dinheiro no Duat enquanto olhava para o rio Estige e pensava em como o Nilo era mais bonito. Afinal, esse outro lugar que fui, era o submundo grego. Estava na hora de falar com Hades. Por causa das funções relacionadas, já que eu cuido do submundo egípcio, eu posso ir e vir para qualquer submundo que exista sem grandes dificuldades.

Ao me virar para ir atrás de Hades, me deparo com um rottweiler de três cabeças enorme e semitransparente correndo em minha direção.

- Hey Cérbero. – eu disse quando o cachorro se jogou no chão com a barriga para cima querendo carinho e eu ia atender ao pedido dele – Faz tempo né? Foi mal.

Ele botava a língua para fora, cada uma das três, visivelmente alegre enquanto eu fazia carinho na barriga dele.

- Own. Reunião familiar. Vocês são o quê? Primos de centésimo grau? – perguntou uma voz atrás de mim que eu conhecia bem, Hades.

Os Deuses da MitologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora