HAZEL - Um grupo de heróis bem diferente

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HAZEL

Eu suspirei e revirei os olhos ao ter a certeza de que estavam nos mandando (mais uma vez) para alguma missão suicida. Claro que eu já tinha notado isso quando ainda estávamos em Nova Roma. Eu estava dormindo um dia quando tive um sonho estranho. Daqueles bem típicos de semideuses.

No sonho, eu começava caindo na escuridão, mas, estranhamente, eu não estava preocupada. Em seguida, eu caia nas águas cristalinas de algum rio, lago ou coisa do tipo. A água era boa e acalentava o coração. De repente, toda a água que me cercava subia rapidamente quase me carregando junto e me deixando toda descabelada. Embora tivesse sido um sonho, eu ainda tive que tossir e arrumar minhas roupas e cabelos depois que a água saiu voando inexplicavelmente. Enquanto eu ainda tentava me ajustar, notei que a escuridão a meu redor se dispersava e, embora a água tivesse ido embora voando, eu ainda flutuava como se estivesse na água e as coisas ao meu redor ainda pareciam estarem sendo vistas como que por debaixo d'água.

Ao olhar para a minha direita, enquanto a escuridão se dispersava, pude ver a imagem embaçada de um homem sobre um sofá bem grande, praticamente do tamanho de uma cama de casal. O sofá estava repleto de almofadas e cobertores também. Eu não podia ver muito do ambiente ao seu redor, mas era escuro, quase tanto quanto a escuridão que até então me rodeava. O homem tinha cabelo preto, pele escura e asas azuis com um leve tom de roxo. Seu rosto estava borrado demais para que eu notasse algo de relevante neste.

Notei que ao seu lado caminhava em minha direção um homem de terno de risca de giz, pele extremamente branca e cabelos negros. Ele parecia me fitar, mas parou a uns 5 metros de mim. Eu estava zonza demais e sonolenta demais para falar algo.

- Não acha que isso foi um pouco dramático? – perguntou o homem de terno, eu conhecia aquela voz, era meu pai.

- Me pareceu um jeito válido dado à situação... – comentou o homem no sofá bocejando longamente e se aconchegando dentre as várias cobertas e almofadas.

- Sei que não foi um jeito bom de te trazer até aqui. – disse Plutão – No entanto, pareceu o mais prático dadas as circunstâncias.

- Circunstâncias? – eu perguntei.

- Estava investigando os acontecimentos estranhos que estavam ocorrendo para cumprir minha parte de um acordo. – explicou meu pai – Dada a situação, decidir intervir e dar uma coisa para você e outra para seu irmão, Nico.

- Nico?

- Sim. O dele deve ser útil no que ele irá enfrentar.

- O que ganharei então?

- A informação que descobri nesse exato segundo. – disse Hades.

- Sim... informação... – disse o outro homem bocejando longamente – Minha mãe, Nyx, sumiu. Isso não é bom.

- Sua mãe... Você é... Somnus! Ou Hipnos. Deus do sono. Filho de Nox, ou Nyx na versão grega. Irmão gêmeo de Letus, Thanatos. – chutei. A imagem embaçada do deus pareceu ter afirmado com a cabeça enquanto abraçava um enorme travesseiro.

- Porque não chutou que eu seria Thanatos? – perguntou Somnus. Hipnos. Ai esses nomes gregos e romanos às vezes confundem a cabeça. Vou ficar com os romanos, ok?

- Acho que... bem... a imagem combinou mais. – respondi sem graça já que o cara estava largado quase dormindo - Algo aconteceu com Nox?

- Creio que foi o contrário. – disse Plutão - Ela provavelmente está com planos que podem ser perigosos. Considerando que até Júpiter a teme, o problema ficou ainda maior.

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