CALIPSO - Problemas de outro continente

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CALIPSO

-Você tem certeza que o pergaminho chegou neles né? - perguntei pro Leo enquanto me segurava mais forte nele.

-Assim .... - respondeu Leo hesitante me fazendo na hora revirar os olhos - Não que eu tenha testado tanto assim enviar um pergaminho holográfico sem saber muito do destino dele....

-LEONIDAS VALDEZ! - exclamei - VOCÊ ESTÁ APOSTANDO NOSSAS VIDAS NUM PERGAMINHO MÁGICO QUE VOCÊ NÃO SABE SE VAI CHEGAR NO DESTINO?!

- Quando você bota desse ângulo... - disse ele com a voz baixa me deixando imediatamente com raiva.

Tínhamos viajado por horas montados no Festus, que tinha sido aprimorado pouco tempo antes para ir mais rápido e carregar mais gente. O que foi bem útil pois ir até a Nigéria carregando eu, Leo e Olujime não parecia uma tarefa fácil.

Queríamos sobrevoar terra pelo máximo de tempo possível, já que não é exatamente muito fácil achar um lugar para pousar e descansar no meio do oceano. Tínhamos saído de Indianápolis e seguido para o sul dos Estados Unidos quase que imediatamente após Jaime nos falar que precisávamos aparentemente ir urgentemente para a Nigéria. Bom, ao menos ele, nós estávamos mais para companhia de cortesia. Uma companhia que fizemos questão de fazer já que tinha muita chance da viagem estar ligada com todos esses problemas que estamos enfrentando há alguns meses já com todas essas várias mitologias juntas.

Mas enfim, nossa viagem estava indo muito bem. Tínhamos inclusive mandado mandado um pergaminho holográfico para Percy e os outros pedindo ajuda, abrigo, comida, o que fosse. Sabíamos que eles estavam no México e o México parecia uma parada ideal para dormir e continuar a viagem.

Tudo parecia bem, até chegarmos no Arkansas onde começamos a ter problemas. Travamos algumas lutas no caminho contra seres que eu desconhecia totalmente mas que Jaime parecia conhecer mais ou menos. Uns até ele parecia chocado em ver pois pareciam de histórias que ele ouviu quando era pequeno. Como o Impundulu que nos atacou. Basicamente um pássaro gigante capaz de chamar por tempestades e trovões que não só nos deram muito trabalho, como também nos deixaram encharcados.

A nossa sorte foi que Olujime estava conosco. Porque Olujime, como filho do deus iorubá Xangô, podia lançar raios e trovões vermelhos contra nosso adversário. Bom, o combate com o Impundulu não tinha durado muito já que também ajudamos Olujime. Mas terminamos bem molhados e cansados, tanto eu, quanto Leo, Olujime e até Festus. E o fato de que terminamos bem molhados deixou o resto da viagem tremendamente desconfortável. Eu batia o queixo de frio e Leo tentava como podia nos esquentar. Mas estava complicado. O vento estava forte.

Assim, pousamos rapidamente em uma cidade do Arkansas que ficamos sem descobrir o nome e tentamos nos esquentar e encher a barriga. E bem, nós dormimos naquela cidade pensando em continuar a viagem no dia seguinte. Só que fomos bruscamente acordados. Tínhamos alugado um quarto de hotel pequeno mas que ao menos tinha uma cama e um sofá. O que era o suficiente para nós três. Quer dizer, menos pra Festus. O coitado teve que dormir sozinho no telhado do pequeno hotel. Mas talvez isso tenha sido uma boa ideia pois ele notou antes de todos quando o perigo chegou.

Eu tinha conseguido esquecer por uns poucos minutos do tamanho do problema em que estávamos, quando no meio da noite Festus rugiu e algo rugiu de volta. O barulho nos acordou e o que parecia uma batalha começando nos deixou mais desperto. Festus estava lutando contra o que poderia facilmente ser descrito como um pterodáctilo (sim, eu sei o que é um pterodáctilo). Eu não nasci a tempo para ver como era um desses, mas em meu pouco tempo fora de Ogígia, cheguei a ver o tal dinossauro representado em filmes e imagens. Pois bem, o pássaro que agora arranhava e abria um buraco na lataria de Festus lembrava bastante ele.

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