SAM - De Frankfurt à Boston

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recado: primeiramente, desculpa a demora. eu passei por uma fase de falta de criatividade, depois fiquei mal, depois fiquei enrolada com o TCC. a boa notícia é q defendo o TCC semana que vem, então vou ficar livre dele! yeeey! bem, desculpa a demora novamente. espero que gostem do capítulo. foi bem difícil fazer ele.

SAM

Por mais divertido que viajar possa ser em situações normais, a tensão do momento não me permitia simplesmente relaxar. Bem que eu queria tirar uma pequena soneca tal como minha avó estava fazendo ao meu lado enquanto esperávamos o avião que iria nos levar para Boston chegar. Seria legal também ter mais energia para poder passear pelo aeroporto de Frankfurt. Esse lugar é enorme! Infelizmente não tivemos tempo de explorar o aeroporto. Por um lado até que isso foi bom, já que com certeza já estávamos atraindo olhares demais enquanto simplesmente sentávamos na área de esperar o nosso avião. Com certeza não era um momento muito bom para ser claramente muçulmano no meio da Europa. Claro que eu tinha muitas coisas na ponta da língua prontas para serem ditas para cada um que me lançava um olhar torto. Mas, considerando que eu realmente queria pegar o vôo tranquilamente e não ser deportada, achei melhor ficar quieta. Me pergunto como eles estariam olhando para mim se soubessem que eu carregava um machado, embora todos o vissem como um violino.

- Você deu sorte deles terem deixado você trazer esse violino para o avião. - dizia meu avô - Devia ter despachado junto com as bagagens.

- E arriscar que eles perdessem ele por aí? Não mesmo... - eu disse me sentindo meio mal por estar mentindo para ele de novo.

Talvez Amir tenha notado isso, pois me olhou com olhar questionador. Meus avós estavam entre eu e ele, então não poderíamos conversar com mais discrição. De forma discreta, tentei responder o olhar de preocupação dele com o mais simples e discreto balançar da minha cabeça. Só que Amir, insistentemente preocupado, conseguiu pensar mais rápido do que eu.

- Ahm... - disse ele - Tem uma lanchonete aqui. Melhor aproveitar para comer agora né? A comida do avião é meio ruim.

- M-Me parece uma boa ideia... - eu disse.

- Eu e a Sam podemos comprar e trazer para cá - disse Amir - Para que vocês não tenham que se levantar.

Meu avô encarou Amir por alguns segundos antes de bufar e se remexer na cadeira se acomodando mais.

- Contanto que se comportem. Estou de olho! - disse ele enfatizando bem a segunda parte.

- Vai querer alguma coisa, vô? - perguntei enquanto me levantava levando meu fiel martelo-violino comigo.

- Só se tiverem croissant. - disse ele pegando algumas notas de euro no bolso e me passando - Se tiverem algum biscoito de chocolate também... seria bom. Sua vó vai gostar quando acordar.

- Anotado. - eu disse.

Dava pra sentir o olhar do meu avô sobre mim enquanto me distanciava das cadeiras e ia em direção à uma pequena lanchonete que tinha ali perto. Mantendo certa distância de mim para meu avô não surtar, Amir falou baixinho.

- Tá tudo bem? - perguntou Amir.

- Poderia estar melhor... mas também poderia estar pior - eu disse com um suspiro.

- O que tanto te pertuba?

- Além do óbvio? - disse bufando de leve enquanto encarava as opções de comida que a lanchonete fornecia - Todos esses olhares pra gente, essa viagem demorar terminar, estar carregando esse... violino... no meio de uma viagem, TJ, tudo o que aconteceu em Israel.

- Coisa demais né? - disse ele suspirando - Sobre Israel, você tem estado bem calada desde lá.

- Motivos é o que não faltam. - respondi.

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