FRANK - A sala roxa secreta

130 14 0
                                    


FRANK

Acho que posso colocar no top 10 de experiências mais estranhas da vida eu e Sam fazermos parte da SAIA feita de COBRAS de uma deusa asteca. Uma das preocupações que tínhamos com o plano de Annabeth era de as outras cobras não gostaram de ter duas intrusas entre elas. Felizmente, tivemos finalmente alguma sorte no nosso dia pois não foi isso o que aconteceu. Na verdade, as outras cobras não só não pareciam ligar para a nossa presença, mas pareciam torcer para que a gente derrotasse Coatlicue. Eu não sei... talvez tenha alguma coisa a ver com Coatlicue sentar em cima das cobras toda vez que se sentasse já que estava tratando elas como um pedaço de roupa. Eu nem queria contar para as cobras que tem humanos que fazem bolsas com a pele delas, por mais que eu óbviamente não fosse um deles.

Por mais desconfortável que eu estivesse durante todo o papo da Annabeth e dos outros com Coatlicue, eu tentava ficar quieto para que ela não notasse algo de errado em sua estranha saia. O máximo que eu me atrevia era trocar um olhar de preocupação com Sam. Queria ter a habilidade de telepatia, porque em certo ponto eu já ficava em dúvida se eu estava encarando uma cobra qualquer ou realmente Sam.

Eu havia prestado atenção em cada parte da conversa. Especialmente quando Coatlicue disse:

- ... o que construíram em comum... importante...

Bem, a filha de Atena e especialista em arquitetura era Annabeth, mas não foi tão difícil assim chutar que talvez fossem os templos ou pirâmides ou algo do tipo. Mas bem, pelo menos, pelo olhar de Annabeth e dos outros, eu percebi que eles também tinham pegado a importância daquela informação.

A gente costumava odiar tanto profecias e coisas do tipo, mas agora eu notava como elas, por piores que fossem, ao menos nos davam ideia de o que deveríamos fazer. Ainda me sentia tão perdido no meio dessa confusão. Podíamos até saber que estávamos com problemas aqui no México e que tínhamos que fazer algo com os obeliscos egípcios mas... exatamente o que tínhamos que fazer com os obeliscos egípcios? Alguma coisa mágica, mas exatamente o quê? E porquê justamente aqui no México? Será que o chute das pirâmides era mesmo o ideal? Acho que ouvi falarem que Carter mencionou que o pessoal dele no Egito teve que fugir para o Sudão e, parando para pensar, era claro que as pirâmides egípcias eram as mais famosas do mundo. Mas quanto era realmente coincidência a gente estar tão perto das segundas pirâmides mais famosas? Seja lá qual delas for a segunda mais famosa por aqui.

De toda forma, não tive muito tempo para pensar pois logo Coatlicue começou a forçar as faixas de linho e, assim como queríamos que acontecesse, ela se soltou e fugiu. Sim, a gente queria que ela fugisse mesmo. Fazia parte de nossas apostas.

Se manter na saia da Coatlicue com ela em movimento era estranhamente mais fácil do que eu imaginava. Parecia que a saia dela tinha um imã para cobras que não parecia perceber que haviam duas cobras lá que não eram exatamente cobras.

Em alguns poucos segundos estávamos no alto da Pirâmide do Sol. Caso você não tenha visto nenhuma imagem da Pirâmide do Sol alguma vez na vida, vou tentar descrever ela para você. A Pirâmide do Sol era bem diferente das pirâmides egípcias. A Pirâmide do Sol era a pirâmide mais alta ali por perto. As faces dela não eram totalmente lisas, era como se a pirâmide fosse feita de andares e, na frente dela, tinha uma longa escada que levava até seu topo. Foi lá no topo onde Coatlicue parou.

Ao redor de Coatlicue, dois deuses a encararam de braços cruzados. Meu coração gelou com medo de que eles tivessem nós descoberto. Tentei me convencer de que não mas ao mesmo tempo ficar alerta. Afinal, eles não lançaram sequer um olhar para a saia de Coatlicue.

Os Deuses da MitologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora