BLITZEN - A volta noturna cansativa

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BLITZEN

Se tem uma coisa que complica uma fuga, é alguém do tamanho do Mestiço desmaiar. Não queríamos ficar muito tempo em El Dorado já que não sabíamos quanto tempo tínhamos até algum dos vários monstros conseguir entrar ali por outro jeito que não fosse o túnel recém desabado. Foi um caos.

Todos estávamos cansados de jeitos diferentes mas tivemos que arranjar forças para mesmo assim puxar Mestiço para longe do que uma vez foi o caminho para Chichen Itza. Paramos então na entrada da caverna já que ela também nos levaria até Tulum para poder sair dali. A entrada da caverna então virou do nada uma enfermaria emergencial quando Magnus se ajoelhou ao lado de Mestiço e começou a brilhar ao começar a curar ele.

- Toma cuidado... você já tá bem pálido. - lembrei-lhe.

- Eu sei. - respondeu Magnus.

- Ele brilha! - disse um dos maias de El Dorado que não tive o prazer de aprender o nome.

- Daria uma ótima lanterna. - completou Victória enquanto olhava para o lado da caverna por onde havíamos saído

- Existe outro caminho até aqui além daquele túnel? - perguntou Carter que também parecia bem cansado e acabado - Bem, além desse que vai para Chichen Itza e desse que vai pra Tulum.

- Talvez... não tenho certeza. - respondeu Victória - Dizem que tinha uma entrada, diferente dessa que é uma caverna, num lago perto de Bogotá. Mas, dizem os relatos ao menos, que ela se fechou com a chegada dos espanhóis e não se abriu mais desde então. Nem sabemos pra onde ela se conectava desse lado. Não me surpreenderia se existirem outras que nem ouvimos falar. Esse lugar ainda é cheio de mistérios.

- Bogotá... - perguntou Alex - Colômbia né?

- É. - afirmou Zia.

Foi naquela hora que Magnus simplesmente caiu de exaustão em cima de Mestiço por mais não recomendado que seja desmaiar em cima de uma pessoa ferida. Acho que a dor de ter alguém caindo sobre seus ferimentos (seus ferimentos que antes estavam piores e agora estavam relativamente melhores) foi o que fez Mestiço acordar do nada. Nada delicadamente, ele empurrou Magnus para o chão e lá Magnus ficou.

- Que enfermeiro fajuto é esse que quer piorar os ferimentos do paciente? - questionou Mestiço com alguns resmungos de dor.

- Nem um "obrigado"? - questionei enquanto ia checar com Alex se Magnus estava bem.

- Obrigado. - resmungou Mestiço - Por enquanto ajuda bastante mas realmente preciso ao menos de um sofá para cair em cima e dormir o resto do dia... de hoje e amanhã.

Mestiço então começou a levantar com dificuldade e então Zia estendeu a mão para ele ajudando-o a se levantar. Ao mesmo tempo, eu, Alex e Hearthstone tentávamos dar um jeito de carregar Magnus.

- Eu levo. - se ofereceu Alex.

"Tem certeza?" sinalizou Hearthstone.

- Sim. Só me ajudem a botar ele nas minhas costas. - disse Alex.

- Se não aguentar vai acabar caindo no meio do caminho. - lembrou Jacques - Se o Mestiço não estivesse tão acabado seria melhor ele para carregar.

- Qualquer coisa trocamos no caminho. - disse Zia.

- Vamos sair daqui logo. - pediu Victoria.

No nosso ritmo então fomos deixando El Dorado para trás indo pelo túnel que havíamos pegado em Tulum. Era triste ver o rastro de destruição que havia ficado pelo caminho. Acho que nossos amigos maias estavam sentindo isso mais ainda. Não tenho noção direito de quantos amigos caídos eles viram desde que Kukulcan chegou, nem de quantos eles nem sabiam se estavam desaparecidos ou não.

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