JACQUES - De pertinho no silêncio

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JACQUES

Olá! Sentiram falta de mim? Imagino que sim! Afinal, nenhum tão narrador é tão detalhista e empolgante de se acompanhar quanto eu. Pois bem, deixe-me dar os detalhes que aconteceram em nosso passeio nem tão turístico assim por El Dorado.

Claro que eu adoraria ter tempo para curtir aquela cidade banhada em ouro e aquelas praias lindas que vimos pelo caminho. Talvez descansar em algum lugar, na sombra de um coqueiro ouvindo uma música latina bem feliz e dançante. Tá, toda a situação de semideuses em situações complicadas e até mortos deixava a situação bem menos paradisíaca.

Mas, de toda forma, não estou aqui para ser guia turístico de vocês. Já que faz tempo também. Deixe-me refrescar um pouco a memória de vocês. Depois da viagem de Teotihuacan para essas partes do território mexicano, a garota Victoria, semideusa maia de algum deus aí que provavelmente tem um nome complicado e que não tinha fama boa por estar muito ligado à mortes violentas ou algo do tipo, nos apresentou El Dorado. Não sei como ninguém saía vendendo na Amazon ou no EBay ao menos uns tijolos daquela cidade. Era um jeito fácil de ficar rico.

De toda forma, em El Dorado achamos alguns semideuses que, embora machucados e tudo mais, estavam vivos. Depois de ajudarmos eles e aprender uma ou outra palavra em espanhol, deixamos El Dorado para trás até chegarmos em outro lugar envolto em várias árvores tropicais que aproveitamos para nos esconder. E ainda bem que tinha as árvores para nos escondermos, porque depois delas, ao redor de uma pirâmide cinza e branca que provavelmente já viu dias melhores, estava o que provavelmente seria um começo de um exército de respeito. Tinha provavelmente três ou quatro monstros para cada um de nós. Apesar do exército já parecer preocupante o suficiente, prestamos mais atenção no homem verde no topo da pirâmide.

- Ele é...? - sussurrou a garota egípcia, Zia, olhando para Victoria.

- Quetzalcóatl para os astecas, Kukulcán para os maias. - respondeu Victoria de volta bem baixinho.

- Duas nacionalidades também significa duas vezes mais poderes? Espero que não... - disse Magnus.

- Como se toda essa galera ao redor da pirâmide não fosse problema o suficiente. - falei.

- Olha... tem muito inimigo aqui. Somos poucos. - disse Carter - Acho que deveríamos juntar mais gente. Procurar por sobreviventes por aqui. Evacuar os sobreviventes de El Dorado. Evitar qualquer combate com Kukulcán e então chamar o resto do pessoal lá em Teotihuacan. Talvez até mais dos semi deuses de lá. Entrar aqui assim é suicídio. Somos só 7 aqui.

- Hey! 8 se contar comigo! - reclamei e com razão caramba!

Tá vendo? Por isso digo que sou o narrador mais incrível! Só eu lembraria de mencionar direito a importância das armas nesse momento. Por exemplo, posso mencionar como Carter segurou sua linda Kopesh talvez um pouco nervoso com o que parecia o começo de uma nova briga. Ela parecia mais pronta do que ele. Tenho que falar a verdade.

- Desculpa, Jacques. - desculpou-se Carter enquanto eu ainda pensava se consideraria as desculpas dele ou não.

- E deixar Kukulcán solto? - questionou Victoria com um choque na voz que talvez tivesse ficado um pouco alto e agudo demais para ser usado em território inimigo - Ele vai marchar sobre Teotihuacan na primeira oportunidade.

- Podemos nos preparar para isso junto com os demais. - disse Alex.

Deixei eles discutirem entre si quanto a o que fazer. Não tinha interesse na discussão deles pois algo havia chamado minha atenção ali e não era o discurso aparentemente inflamado que Kukulkan dava para seus amiguinhos, até porque eu não conseguia entender nada de sei lá qual idioma ele estava falando. O que chamou minha atenção foi que na frente da longa escadaria que levava ao topo da pirâmide, havia uma massa estranhamente familiar.

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