HAZEL - Exaustão nos últimos suspiros

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HAZEL

Eu não conseguia prestar muita atenção no que acontecia ao meu redor. Tudo parecia tão longe. Os sons, as coisas, as pessoas. Acho que meus olhos e ouvidos não estavam funcionando tão bem quanto deveriam e acho que nem minha cabeça pois, por um segundo acho que esqueci a situação em que estávamos. A única coisa que eu não conseguia esquecer, no entanto, era a dor e preocupação nos olhos de Frank quando ele me carregou para um lugar seguro.

Eu queria, mais do que tudo, fazer alguma coisa para acalmar aquele olhar de partir o coração que estava no rosto do Frank. Depois que ele me deixou relativamente perto de Nico, eu tentei ficar seguindo Frank com o olhar, mas não estava assim tão simples. Principalmente quando ele foi para mais longe lutar contra a deusa cheia de cobras que estávamos lutando antes.

- F-Frank... - eu disse esticando a mão na direção dele mais além e então me surpreendendo com como a minha mão estava frágil e enrugada.

Retraí a minha mão um tanto assustada ainda com a fragilidade dela odiando a sensação de estar sendo um empecilho para meus amigos. Foi nesse momento que tive a impressão de ter ouvido trovões, talvez um grito feminino que estava abafado. Pela direção e pelo o que eu lembrava das lutas, à não ser que eu estivesse já desatualizada das lutas, eu diria que ele veio de Sam.

No meio da preocupação que crescia em mim pelos meus amigos, algo mais assustador me aterrorizava. Era uma estranha dor que ardia cada vez mais forte no meu peito. Não sei bem como descrever bem. Era como se a morte estivesse à espreita mas alguma coisa não estivesse deixando ela me levar. Por causa, da sensação ruim que ardia no peito, juntei minhas mãos ali naquele ponto como se algo tão simples fosse ajudar a sensação à passar.

- Você sente também né? - disse Nico ali perto de mim mas prestando atenção na luta enquanto segurava a espada que provavelmente torcia que não precisasse usar. Eu mal reconheci a voz dele na verdade.

- É tão forte... - eu disse baixinho com dor.

- Sério? Achei meio leve. - perguntou Nico confuso parando um pouco para tossir - Será que... é diferente?

Não sei dizer se era diferente ou não a dor que eu sentia e a dor que Nico sentia. Me concentrando mais na dor, talvez eu pudesse descrever como um cabo de guerra. Algo tentando puxar minha vida para longe e outra coisa ou alguém tentando deixar minha vida comigo. Não sei como eu poderia ajudar essa coisa que tentava deixar minha vida comigo, mas eu torcia desesperadamente para que ela ganhasse.

- PORQUE NÃO ESTOU CONSEGUINDO MATAR ELES? ESTÃO VELHOS O SUFICIENTE PARA MORREREM! - ouvi o deus culpado pelo meu estado gritar.

Acho que eu poderia tomar essa reclamação dele como uma explicação pelo o que eu estava sentindo naquele momento.

- Acho que temos nossa explicação... - falei quase sem voz.

Cansada, lentamente e com certa dificuldade, deitei no chão no qual até então estava sentada. Minha cabeça parecia pesada demais. Me sentia a própria definição de cansada.

- Eu não ligo para o que você chama de normal, figurante de the Walking Dead. - ouvi Sadie dizer à distância - Você entendeu bem o que a gente quis dizer.

A luta de Sadie e Will contra o deus estava bem mais perto de mim do que a de Frank, Annabeth e as outras meninas contra a deusa cobra. Assim, dentre o som de explosões e flechas atingindo o seu alvo, eu conseguia ouvir as vozes deles e ver o embaçado da luta.

Meus olhos cansados tentaram alcançar a luta da qual Frank fazia parte, mas não conseguia nem diferenciar direito o que eram nossos amigos e o que eram os inimigos. Assim, preocupada, com dor e exausta, fiquei deitada no chão acompanhando com os ouvidos o desenrolar da batalha que talvez pudesse me deixar útil o suficiente para ajudar nas batalhas.

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