CALIPSO - Uma aventura maluca

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CALIPSO

Ter um lugar com sofás e camas para descansar seria muito bom já que a viagem em Festus foi muito longa. Era bem claro ver que interrompemos o começo da manhã deles pois, praticamente todos ainda estavam de pijama ou com cabelos extremamente bagunçados.

Depois de Reyna apresentar aqueles que não conhecíamos para nós, cada um tomou seu rumo. No caso da maioria, esse rumo era encher o estômago com café da manhã. Leo estava no cantinho da sala tentando arrumar Festus com as ferramentas que tinha, já que os nossos anfitriões já tinham informado ele que não tinham nenhum tipo de metal com propriedades mágicas que pudesse ajudar. Contudo, isso não impediu que Julien e Sean tentassem achar algumas coisas velhas na esperança de que algo ajudasse a fazer um remendo em Festus.

- Eu estou muito preocupado com tudo isso... - bufou Carter segurando um copo com iogurte - Não basta tudo isso que está acontecendo, ainda tem que ter todo esse problema no Egito.

- Vamos acreditar que vai dar tudo certo. - disse Reyna cheia de olheiras - Vamos fazer tudo que pudermos para que dê certo.

- Sem falar que eu acredito fortemente que os dois problemas estão interligados - disse Zia.

- Acho que começo a entender porque semideuses vivem reclamando que nunca ficam quietos - eu disse enquanto olhava para Peter.

O jovem semideus que Grover resgatou estava caindo no sono no sofá com um sanduíche comido pela metade nas mãos enquanto a tv, completamente ignorada, passava um estranho desenho que já tinha visto a Georgina assistir. Era de dois garotos, um de cabelo verde e outro de cabelo laranja e cabeça triangular, que construíam coisas que simplesmente não faziam sentido algum! E por algum motivo que desconheço, começavam a cantar. Me pergunto se isso estaria na lista de músicas desse século que Apolo aprova. Afinal, a música do desenho me pareceu bem fácil de ficar presa na cabeça.

Olhei com o canto do olho para onde Leo estava com Festus. Como o dragão não passava por nenhuma outra porta além da principal, que era bem grande, ele teve que se conter em tentar arrumar ele no meio da sala. Entretanto, embora eu já estivesse comendo um pedaço de sanduíche com pasta de amendoim, Leo ainda nem tinha chegado perto da cozinha. Na verdade, ele nem tinha saído de perto de Festus. Sendo assim, eu peguei um sanduíche para ele também e mais dois biscoitos com gotas de chocolate, botei em um prato, e peguei também um pote de iogurte.

- Você tem que comer também - eu disse sentando-me ao seu lado e deixando o prato e o iogurte ali já que ele não parecia ligar para eles.

- Foi mal. Eu realmente queria arrumar o Festus logo. - ele disse sem tirar os olhos do dragão que parecia, a meu ver, dormir relaxado no chão.

- Está tão mal assim? - perguntei.

- Algumas coisas amassadas, outras fora do lugar. Nada muito preocupante, verdade, mas não consigo deixar de me preocupar pensando em como ele deve estar desconfortável.

- Devo começar a ficar com inveja do Festus? - perguntei, embora não estivesse falando realmente sério... eu acho...

- Não sei - disse ele dando uma boa risada e então olhando para mim.

Ele abriu aquele sorriso tão radiante dele que me fez talvez corar levemente. Ele aproximou sua mão, já um pouco suja de óleo, do iogurte e tomou alguns goles tentando tocar o mínimo possível no pote enquanto bebia.

- Satisfeita agora? - perguntou ele.

- Um pouco - respondi.

- Mas, aproveitando, posso te perguntar uma coisa?

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