WILL - Espartano de mentirinha

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WILL

Eu contei brevemente quantas flechas eu ainda tinha e coloquei a aljava nas costas de novo. Eu tentava não me preocupar com como Nico estava. Pelo menos ele não estava sozinho... eu acho... não sei bem como funciona essa coisa de ficar escondido nas sombras e tal. Nico até tentou me explicar uma vez mas... sei lá.. às vezes não sei bem se entendi. É meio difícil imaginar algumas coisas.

Pensando no que talvez ainda podia acontecer e nos separar da pirâmide do sol, eu me juntei à Percy e Rosa que também se preparavam para qualquer combate que pudesse acontecer. Não havia mais nenhum sinal de Annabeth, nem de Nico, Hazel ou Anúbis. Sadie e Alícia ficariam para trás e eu também torcia para que elas continuassem bem até tudo ali estar terminado... Seja lá como vamos fazer para parar o que quer que faz aquela luz roxa sair da pirâmide.

- Aliás... como é que foi esse lance da frutinha envenenada que você aparentemente jogou na boca de Coatlicue? - perguntou ele com curiosidade para ela.

- Não era uma fruta. - explicou Rosa - Era uma bolinha com plástico comestível feito de algas e preenchida com o líquido concentrado da planta.

- Nossa... - eu disse ao ouvir a explicação - Líquido de planta numa bolinha? Achei bem interessante.

- Roubei a ideia do filme do Big Hero 6. - disse Rosa dando uma leve risada - Daquela menina que junta os elementos químicos e tal. Meu pai não passou tantos poderes legais em batalha para mim. Xochipilli é deus da arte, dos jogos, da beleza, da dança, das flores, da música... coisas assim.

- Nah, vai ver você só não experimentou essas áreas ainda. - eu disse sem deixar de lembrar de meu pai - Tá que eu acabo puxando mais pra parte do arco-e-flecha e da medicina, mas meu pai, Apolo, também é um deus da música. Já fez cada coisa só com um ukulele.

- Apolo com um ukelele? - repetiu ela aparentemente achando a ideia metade engraçada e metade estranha - Ukulele não é um instrumento havaiano?

- É sim. - concordei enquanto, no meio da conversa, seguimos andando para a pirâmide do sol.

- E Apolo não é grego? - perguntou ela de novo.

- Sim. - eu disse dando de ombros.

- Mas porquê? - perguntou ela rindo - Não faz sentido.

- E? - perguntei segurando uma risada.

Percy até começou a dizer o que parecia metade de uma sílaba. Só que, seja lá o que ele fosse dizer, acabou sendo esquecido pois o chão começou a tremer. Minhas pernas começaram a parecer geléia e foi difícil se equilibrar por tempo o suficiente para conseguir preparar meu arco e flecha. Talvez eu devesse dizer que era até meio esperado algo acontecer para atrapalhar nossa vida. No meio de tantas coisas óbvias que poderiam ser ditas, eu acabei sem falar nada, mas Percy acabou escolhendo sua observação óbvia do momento:

- Isso não parece bom. - disse ele.

- Não mesmo. - concordei.

Só eu acho que às vezes essas coisas ficam previsíveis demais? Eu não estava nem um pouco surpreso de ver um monstro saindo do buraco que se abriu no chão provavelmente como causa ou consequência do terremoto. O que me surpreendeu de fato foi a aparência dele. Simplesmente falar que era um esqueleto gigante era diminuir demais a situação. Tá... talvez não gigante GIGANTE... mas... bem alto... tipo uns 2 metros. Quando começa a contar alguém como gigante? Quando passa de uma altura que não é humanamente possível se ter? As definições de "gigante" diferem se estivermos falando de basquete?

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