ALEX - Viagem à jato

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ALEX

Por mais que uma das melhores coisas em poder se transformar em algum animal seja poder voar, voar todo o caminho de Acapulco até a Cidade do México ficava rapidamente cansativo mesmo alternando esse trabalho com Frank e Sam. Tentando lutar contra o cansaço, eu deixava minha mente divagar em pensamentos sobre meu avô enquanto me perguntava se ele por acaso já havia passado por aquelas mesmas pistas rodeadas por árvores das mais diversas alturas e trafegadas por carros ocasionais de prováveis famílias que cruzavam o país.

Obviamente que foi logo nesse momento, enquanto eu lembrava de um dia bem merda que tive e ele entrou no meu quarto tentando me animar com alguns tacos, que aquele cara azul estranho apareceu do nada pousando logo em cima do carro. Rapidamente voei em sua direção trocando de minha forma de águia para minha forma normal enquanto preparava meu garrote. O homem, ao me notar, arregalou os olhos e pulou do teto do carro para o chão.

- Ei ei ei. Calma. - pedia ele sem, contudo, parecer desesperado - Eu vim em paz. Não é assim que os ETs dizem?

- Desculpa se prefiro duvidar da sua palavra. - eu disse encarando-o da diagonal do carro arrumando meu garrote em minha mão.

Agora o encarando com calma, eu também notava o como ele não parecia nada preparado para uma batalha. Usava chinelo e bermuda, ambos brancos, e usava uma camiseta daquelas havaianas cheias de flores e cores que causava um contraste enorme com a sua pele tão azul.

- Concordo com ela. - disse Percy surgindo de dentro do carro com um olhar ameaçador que eu tenho certeza que não iria querer encontrar me encarando num beco escuro.

- Quanta hostilidade... - disse o homem azul suspirando de braços levantados.

- Gente, - disse Annabeth - vamos dar à ele o benefício da dúvida por alguns minutos, que tal?

- Pode ser... acho... - disse Hazel.

- Uns minutos para se explicar e, caso não acreditemos ou não gostemos da explicação, pode se preparar para a briga. - disse Mestiço apontando para o cara azul com seu machado.

- Aposto que é por causa de toda essa hostilidade que vocês vivem sendo perseguidos por aí... - disse o homem.

- Você tem cinco minutos. - marcou Sam o encarando seriamente.

- Ok, ok... nossa... - disse o homem revirando o olhar e bufando - A gente vai ajudar os outros e ainda é tratado desse jeito. Pois bem, me chamo Yacatecuhtli. Complicadíssimo, eu sei. Podem me chamar de Yac se preferirem. É do que os outros semi-deuses me chamam.

- Outros semideuses?! - perguntei sem conseguir conter minha surpresa.

Aquela pequena revelação me fez lembrar das histórias de meu avô. Talvez, se o destino tivesse sido outro, ou se eles não tivessem ido para os Estados Unidos, será que eu seria filha de algum deus asteca ou maia e não de Loki? Claro que a possibilidade de existirem semi-deuses astecas ou maias (seja lá com qual dos dois esse cara estava ligado) surgiu na minha cabeça dias atrás, mas vivenciar tudo isso era outra história.

Aliás, também foi naquele momento que notei que os carros que estavam em nossa frente ou atrás de nós tinham simplesmente sumido. Olhei ao redor constatando esse fato, e acho que Yac notou que eu percebi esse detalhe, pois ele logo abriu um sorriso. Tenho certeza também que ele abria a boca para falar algo, mas Percy o interrompeu.

- Só para eu encaixar você direito na minha lista de aliados e inimigos, - disse Percy - eles te chamam assim na boa ou enquanto você tenta arrancar a cabeça deles?

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