ZIA - Alguns deuses não devem ser subestimados

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ZIA

O problema de se andar invisível perto demais de outra pessoa que também está invisível é que... bem... ambos estão invisíveis. Foi bem difícil me aproximar da pirâmide de de Kukulcán enquanto me preocupava com a possibilidade de sem querer esbarrar em Carter e Magnus. Desviar dos monstros era também uma preocupação. Uma vez ou outra me pareceu que algum monstro suspeitava que alguém estava andando escondido no meio da multidão, quer ele estivesse suspeitando de mim ou de Carter com Magnus.

Como se para sanar minhas dúvidas de onde Carter e Magnus estavam, depois de desviar de vários monstros e começar a chegar perto das escadas, vi como a base das escadas, que tinha formato de cobras, criou vida. As duas cobras, uma de cada lado, criaram vida, se desprenderam dos degraus e focaram seus olhares num ponto um pouco à minha diagonal para frente e para a direita. Carter e Magnus, presumi.

Não demorou muito para o barulho e a movimentação feita pelas cobras atraírem a atenção não só dos monstros ao redor, como também dos monstros que estavam junto com Kukulkán... e do próprio Kukulcán que saía do pequeno cômodo de pedra que adornava o topo da pirâmide. Com os espectadores prestando bastante atenção no que as cobras iriam fazer, elas atacaram e foi nessa hora que parte do plano já começou à ir por água abaixo. Uma boa parte de Carter e Magnus apareceu finalmente quando eles tiveram que usar cada um sua espada para parar o ataque das duas cobras.

A espada deles fez um barulho meio irritante de metal contra pedra quando impediu que as cobras de pedra os mordesse. Eu não tinha planos de deixar o plano ir por água abaixo. Eu não podia ver no meio daquela confusão, mas queria acreditar que Alex tinha prosseguido com sua parte do plano.

Eu tinha que improvisar para tentar voltar os planos para os trilhos. Assim, eu acelerei meus passos para diminuir a distância entre nós tentando ainda não sair debaixo de meu manto. No caminho, preparei minha varinha o mais rápido e ao mesmo tempo o mais discretamente que consegui e invoquei o feitiço que queria quando fiquei perto o suficiente dos dois.

Com um pouco de magia, consegui criar, mesmo que apressadamente, uma parede de fogo que impedia os monstros no pé da pirâmide de se aproximarem. Queria ficar ali mas, tinha que torcer para acreditar que Carter conseguiria enrolar ao menos um pouco a situação. Como as duas cobras estavam focadas neles, ameacei seguir em frente pelos degraus torcendo para ninguém ter notado que aquilo era um trio, não uma dupla.

- Quê que isso?! - exclamou Magnus levando um susto com o fogo provavelmente e quase estragando o segredo que era minha presença.

- Fui eu. - mentiu Carter respondendo ao susto dele e, com certo esforço, movimentando a espada repentinamente para o lado tentando se livrar da posição em que havia travado com a lâmina na boca da cobra.

A cobra que se focava em Carter ameaçava atacar novamente, só que ele conseguiu pegar sua varinha e soltar um Ha-di nela. O olho esquerdo da cobra e parte de seu rosto explodiu em vários pedacinhos enquanto eu continuava a subir silenciosamente.

- Parece que temos visitas... - disse Kukulcán - Isso... foi inglês, certo? Por acaso são os garotos que ouvi falar que estão atrapalhando os planos em Nevada?

- ISSO AÊ! E A ESPADA TAMBÉM - esbravejou Jacques.

- Jacques... Não acho que seja a gente de quem ele fala... nunca fomos em Nevada... - sussurrou Magnus.

- Ah... - murmurou Jacques meio desapontado - Então não, foi mal. É engano.

- Só queremos tirar nossos amigos daqui. - disse Carter tentando ser um diplomata.

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