ANNABETH - Os benefícios de quebrar as regras

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ANNABETH

Queria poder dizer que fui bem útil e parti para cima da mulher assim que a vi, mas não foi o caso. Eu ainda estava bem fraca apesar de o tratamento de Will ter ajudado bastante. Em situação bem ruim também estava Carter embora todos parecessem cansados em algum nível.

O primeiro a atacar a mulher foi Nico, pois ele estava mais perto, ele atacou a mulher com sua espada negra enquanto eu me sentia culpada por atrasar Percy já que ele demorou a reagir, pois estava preocupado comigo. A mulher se desviou de Nico com grande facilidade e, para terminar de piorar a situação em que estávamos ela ainda foi ágil o suficiente para chegar por trás dele e o morder no pescoço e lhe sugar sangue. Nessa hora, Will lançou uma flecha contra ela e ela se afastou de Nico com um sorriso no rosto. O sangue escorria pelo seu queixo e ela passou a mão limpando um pouco dele.

— Nico! Você está bem? – perguntou Percy enquanto usava a neve que estava caída no chão como arma. Ele a controlou e formou estacas de tamanhos diferentes que usou para perfurar qualquer monstro que tentasse chegar perto de nós. Eu, por outro lado, estava fraca, mas segurava minha adaga com força enquanto perfurava a cara de uma mantícora (que para minha felicidade era pequena) e também amaldiçoava a tal Naunet pela perca de meu chapéu de invisibilidade que havia ficado para trás no Central Park.

— A-Acho... – disse ele segurando o ferimento enquanto Will alternava o olhar entre ele e a mulher.

— V-Você não vai virar vampiro não, vai? – perguntou Will preocupado.

— NÃO ME REBAIXE AO MESMO NÍVEL DE UM VAMPIRO! – gritou com a voz mais fina que o normal a mulher irada, o rosto se desfigurando como o de um fantasma possesso e então indo na direção de Will querendo provavelmente lhe cortar a garganta. Ela era muito rápida, achei que não ia dar tempo de salvar Will, mas, num piscar de olhos, a cena pareceu mudar. Will estava derrubado no chão com Sean sobre ele, como se o irlandês tivesse derrubado o filho de Apolo com um empurrão e a mulher parecia ter passado direto.

— O-o quê? – eu disse confusa tentando entender o que havia acontecido.

Olhar para o garoto irlandês amigo de Carter e Sadie, me fez notar que a mulher também tinha sotaque irlandês.

— Você não é um vampiro... Por que... Você é uma D-Dearg-Due? – disse Sean gaguejando com medo a palavra estranha que eu não conhecia.

— Acertou querido conterrâneo – respondeu a mulher, a Dearg-Due. Acho que eu teria que conversar com Sean um pouco depois, pois não entendi direito toda essa última cena que aconteceu. De toda forma, minha atenção foi voltada para minha parte da luta.

Percy fazia um ótimo trabalho afastando os monstros de nós, mas eu temia que suas estacadas de gelo não fossem o suficiente para os monstros. Para minha alegria, Zia também fazia o mesmo só que usando chamas. Dessa forma conforme matavam monstros, Zia e Percy criaram uma espécie de círculo de fogo e gelo de forma que o centro do mesmo, onde eu e Carter estávamos, virou uma área de segurança. Olhei para Carter, e vi que ele estava bem pior do que eu, mal havia conseguido ficar de pé e, consequentemente, sua participação na luta havia sido nula.

— Alguns mortos vivos viriam bem a calhar! – gritou Sadie de algum lugar que eu não consegui ver onde.

— Não estou bem em condições de invocar mais ninguém! – gritou Nico de volta arrancando apressadamente um pedaço de sua camiseta e usando para amarrar ao redor do pescoço e parar o sangramento aproveitando que Will, Sean e agora Julian também estavam ocupados com a tal Dearg-Due.

— Sem querer soar rude, mas não estava falando com você. – gritou Sadie de volta.

Percebi que a voz dela vinha de alguns metros atrás de mim. Olhei para trás através das chamas de Zia e vi Sadie e Cléo lançando vários feitiços contra um trio de monstros que não consegui identificar. Um pouco mais além, vi acho que meia dúzia de monstros já caídos e mais um se juntos quando Anúbis transformou um monstro de dois metros em pó. Meus chutes diziam que provavelmente tinha sido com ele que ela havia falado e minhas suspeitas se confirmaram quando ele pareceu murmurar algo. Eu não entendi nada, julgo que estava em egípcio antigo, só sei que fiquei toda arrepiada e receosa. A voz dele ecoava por todo o cemitério enquanto uma de suas mãos tocava o solo do mesmo. Acho que por coisas assim que as religiões ditas "pagãs" ganharam essa palavra para as definirem e foram tão perseguidas. Ouvir aquelas palavras incompreensíveis sendo ditas daquela maneira um tanto séria e tenebrosa, era realmente meio assustador. Ele logo parou de falar e então... Tive a certeza de que era com ele que Sadie estava falando. Não sei quantos mortos vivos Nico era capaz de invocar ao mesmo tempo, só sei que aproximadamente metade dos mortos do cemitério se levantou para nos ajudar. Parecia cena de filme de terror.

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