MALLORY - Chocolate, chocolate, chocolate.

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MALLORY

Já tinha algum tempo que eu tinha acordado. Mas, mesmo assim, fiquei apenas fitando o teto do quarto ainda deitada na minha cama. Tinha sido uma noite difícil para encontrar o sono e dormir, principalmente depois do funeral do TJ. Não é todo dia que algum Einherjar recebe um funeral Viking, principalmente considerando que, não importa quantas vezes morremos, sempre voltaremos a vida se essa morte for em Valhalla. Infelizmente, isso não foi o caso para TJ.

Eu me sentei em minha cama e me espreguicei. Tomei alguns segundos para tentar achar coragem para sair da cama e encarar esse dia de merda que vinha pela frente. Com um suspiro, me levantei, tomei banho, troquei de roupa e saí. Não queria olhar para a porta do quarto de TJ, mas, felizmente, meu olhar foi atraído para Mestiço que estava logo na frente da minha porta de braços cruzados provavelmente esperando eu sair.

- Estava me esperando? - perguntei.

- Estava - respondeu ele soltando um pesado suspiro.

Notei como o olhar dele foi para a porta de TJ. Espero que, assim como eu, ele estivesse se coçando para fazer uma boa e velha vingança em nome do nosso amigo. Nenhum de nós dois tínhamos nos dado bem com TJ no começo. Quando cheguei em Valhalla, TJ me parecia alguém um tanto irritante. Contudo, assim como aconteceu com Mestiço e TJ, acabei ficando amiga de TJ.

- O que quer? - perguntei.

- Preciso de motivo pra ver minha namorada? - perguntou ele abrindo um sorriso confiante enquanto eu revirava os olhos.

- Como se fosse algo normal você ficar parado na frente da minha porta me esperando acordar com um motivo desses.

- Ok. Me pegou. Ouvi o barulho do chuveiro e imaginei que fosse sair logo - ele explicou - achei uma boa ideia ver se estava bem.

- Estou... Ou o melhor que dá para estar considerando a situação... - eu respondi desviando o rosto.

Talvez motivado pela diferença de altura, ele então achou que seria uma boa ideia botar a mão em minha cabeça e bagunçar meus cabelos. O lado ruim de ser ruiva? Fiquei estupidamente e obviamente vermelha, o que fez ele soltar uma leve risada e continuar a bagunçar meus cabelos. Revoltada, empurrei a mão dele dali e fui em passos pesados até a porta de Magnus. Por mais que me sinta lisonjeada com a preocupação de Mestiço, acho que valia a pena checar como estavam os dois caçulas do andar, principalmente considerando que Magnus estava se sentindo culpado.

Ao me aproximar da porta do quarto de Magnus e não ouvir nada, fiquei considerando se valia a pena bater na porta dele e arriscar acordá-lo. Essa decisão foi tirada das minhas mãos quando uma mão me empurrou levemente para o lado.

- Deixa comigo! - disse Alex ao se aproximar saída do quarto dela.

Sem pensar duas vezes, ela bateu duas vezes na porta mas foi logo entrando sem esperar uma resposta.

- MAGNUS CHASE! - exclamou Alex entrando no quarto - HORA DE SAIR DA CAMA PORQUE TEMOS CARONAS PARA DAR E BUNDAS PARA CHUTAR!

- Me lembre de nunca mais deixar a porta do meu quarto destrancada... - sussurrou Mestiço ao meu lado embaixo da porta enquanto seguíamos com o olhar Alex indo até a cama onde era possível ver que Magnus ainda estava deitado.

- Só se me der uma cópia da chave - respondi.

A risada de Mestiço ecoou alta no quarto de Magnus enquanto eu me escondia em minha própria vermelhidão. Toda a agitação ali fez Magnus sentar-se na cama e olhar com a gente com uma típica cara de sono ao mesmo tempo que seu cabelo mais parecia um ninho de passarinho.

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