Capítulo 19: Ocupações

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Pâmela, Aquiles, Sara e Rafael estavam confortáveis na sala de estar; Marvin servia-se no bar com Nayuri e Fernando. Valentina e Paula sentaram-se no mesmo sofá que a MILF, e Rafael, perpendicular ao que estava Aquiles e Sara.

— Você arrasa como DJ! — disse Paula ao Negão.

— E você no gingado! Babei o equipamento todo olhando você dançar!

— Gostou do nosso lar? — perguntou Pâmela, elegantemente de pernas cruzadas.

— É fantástico! Ainda estou meio em choque.

Nayuri aproximou-se com uma bandeja repleta de coquetéis de frutas.

— Quem quer ficar chapado?

Paula e os outros se serviram. Ao provar, fez uma cara de aprovação.

— Muito bom!

— Especialidade oriental, amiga! Vai beber horrores hoje, gata! Duvido que fique consciente até o fim.

As músicas estavam no automático. Apesar da amplitude do local, a acústica era ótima. Dava até pra esquecer que centenas de pessoas estavam dançando naquele exato momento abaixo deles. Marvin sentou-se com eles, seguido por Fernando, que trazia uma garrafa de uísque na mão. Paula notou o andar malemolente do Latino, como um gato. Era bastante sexy, tinha de admitir.

— E vocês, o que fazem da vida? — Paula tentou sair dos holofotes.

— Eu sou traficante — disse Fernando se sentando, com a expressão séria. Tanto, que ela acreditou.

— Sério?

— Olha minha cara de mexicano. Claro que vendo drogas — riu ele.

— Morri! — disse Nayuri rindo alto. — Não dá moral pra esse cachorro, mulher!

— Mas você adora minha mordida, hein, Sashimi?

— Eu sou tatuador — interviu Marvin. — Mas sou formado em Inglês. Costumava dar aulas, mas desisti da profissão quando entrei pro clube. Preferi deixar o tempo livre pra minha arte.

— Você ia adorar conhecer meu avô. Tem mais tatuagens que você.

— Deve ser uma figura!

— Eu sou estudante — foi a vez de Valentina. — Faço Jornalismo. Mas já fiz bicos para sites de strip na webcam.

— E eu Moda — disse Nayuri. — Trabalhava de garçonete antes de entrar pro Clube.

— Eu sou filhinho de papai — confessou Aquiles. — Nunca terminei nenhum curso, nunca trabalhei. Minha família é rica.

— Então não precisa do Clube, precisa?

— Quem disse que estamos aqui só por conta da grana?

Paula tentou argumentar, mas foi interrompida:

— Eu era atriz pornô — falou Pâmela em um tom soturno.

Paula esperava que ela revelasse se tratar de uma piada e que os outros fossem fazer algum comentário do tipo. Mas todos ficaram em silêncio, pareciam respeitá-la. Ao menos no que tocava àquele ponto.

— E você, Devassa? — Paula tentou quebrar o clima.

— Sara era aeromoça — respondeu Aquiles, já prevendo a indelicadeza da loira.

— Uau. Nunca conheci uma aeromoça antes. Deve ser bem legal viajar o mundo — esforçou-se para quebrar o clima ruim com a loira.

— Tão legal como vender roupas e não usá-las — disse secamente, referindo-se ao emprego de Paula na Requinte e ao fato de que atendentes de voo geralmente ficam na área do aeroporto.

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