Capítulo 159: Confiança (parte 1)

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Paula chegou à Clube Proibido com olheiras; não havia pregado os olhos um único minuto na casa de Sara. Havia ponderado tudo o que Devassa havia contado, mas precisava falar com Iguana mais uma vez. As duas chegaram juntas, por volta de meio dia, mas a loira apenas dera a carona, tinha coisas a resolver.

— Se disser a alguém que transamos eu arranco seus olhos — disse Devassa fechando o vidro.

Paula dirigiu-se até a sede, onde na cozinha estavam Marvin, cozinhando, Nayuri e Negão encostados no balcão, conversando com ele. Pelas portas de vidro ao fundo era possível ver que Fernando nadava sozinho na piscina. Feiticeira andou até a cozinha.

— O cheiro está ótimo — encostou-se no balcão.

— E sua cara está horrível — Japa fez uma careta. — Não dormiu, amiga?

— Tive uma noite difícil.

— Continua linda, gata — elogiou Negão dando-lhe um beijo na testa.

— Vai almoçar com a gente?

— Vou sim, Marvin. Não estou com fome, mas não tem como resistir a esse...

— Rosbife ao molho de cogumelo — o barbudo completou, colocando as fatias de carne em uma bandeja.

— Passou a noite realizando desafios, Feiticeira? — perguntou Japa.

Paula não havia aceitado nenhum desafio recentemente, mas perguntou-se se aquilo não era uma insinuação sobre os possíveis encontros dela com Iguana. Será que Japa sabia mais do que demonstrava?

— Terra para Paula — Negão estalou os dedos diante do rosto dela.

— Não, não. Problemas pessoais.

— Acho que vou bater meu recorde essa semana — comentou Nayuri. — Dez até agora, acredita? E todos com sucesso.

— Uau, parabéns.

— Ela não para de se gabar — sorriu Lenhador, sem tirar os olhos do que fazia. — Eu fiz três, e estou descansando. Um mais complicado que o outro.

— Fiquei traumatizado com o Canibal — disse Negão. — Parei até de comer carne.

— Parou? — Marvin ergueu a bandeja com o rosbife.

— É brincadeira, barbudo — riu. — Mas estou me recuperando aceitando apenas desafios que não envolvam perigo.

— E você, Paula, como vão os desafios?

Paula analisou a pergunta de Nayuri, pensando no que responder.

— Vou aceitar algum hoje, mas essa semana foi fraca. Preciso descansar.

— Descansarei quando conseguir a graduação da Pâmela — Japa jogou o cabelo para trás. — Até lá vou fazer o que for preciso.

— Entregaria a Valentina para isso? — Paula provocou.

Japa não esperava pela pergunta. Pareceu desconfortável com ela, mas respondeu:

— Qualquer um aqui faria isso.

Feiticeira olhou para Rafael, mas ele evitou contato visual. Então olhou para Marvin. Só estava viva porque Valentina havia confiado em ligar para ele e pedir ajuda. Lenhador a encarou com seus olhos verdes.

— Faria sem titubear. Ela é uma assassina. Matou o próprio namorado. Fim de papo.

Ele não podia estar falando sério. Mas seu olhar estava sério o suficiente para passar uma mensagem: devia lembrar que havia câmeras ali. Claro! Por que não pensara nisso? Paula estava sendo estúpida em perguntar dentro da sede se eles seriam capazes de entregar a Ninfeta Ruiva. Quem seria burro de dizer que não?

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