Capítulo 9: Carona?

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— Não consigo encontrá-los! — disse Paula nervosa ao volante, dobrando mais um quarteirão.

— Seu tempo está se esgotando — ultimou Aquiles ao telefone.

— Vai se foder, caramba! Não basta eu estar arriscando minha vida?

— É exatamente o risco que garantirá sua participação no grupo.

— Mas eu já fiz a porcaria do teste!

— Seu teste foi anulado. Os outros membros acharam que o fato de ter sido comigo invalida sua entrada.

— Não é justo! — dobrou outra esquina, agora pegando a avenida, olhos atentos aos dois lados da mesma. — Esses doentes não entenderam que você era um estranho?

— Esta é sua última chance. Não ajudarei você em mais nada.

— Pode ao menos chamar a polícia pra buscarem meu corpo?

— Concentre-se.

— Estou procurando!

Não estavam em lugar algum. Havia transeuntes, poucos, especialmente de estabelecimentos como bares e restaurantes. O movimento era maior de carros.

Paula desacelerou, olhando atentamente para fora do vidro. Lá estavam eles, os dois bêbados. Embora não tivesse olhado bem para os dois antes, lembrava vagamente da fisionomia de um deles, barbudo. Estavam saindo de um bar com uma garrafa na mão. Provavelmente haviam saído do locam em que bebiam — a casa de um deles, talvez — para comprarem mais bebida. Como havia passado por eles, Paula estacionou o carro no meio-fio, observando-os pelo retrovisor.

— Achei eles — informou a Aquiles, em dúvida se comemorava ou entrava em pânico.

— Ótimo. Faça-os entrar no carro.

— E depois?

— Siga o roteiro.

— Isso não é um filme, Playboy. Eles podem me estuprar!

— É um risco que vai ter que correr se quiser fazer parte do Clube.

Eu já vim até aqui...

Paula dobrou a esquina, acelerando o carro até o fim do quarteirão, onde pegou uma rua paralela à avenida; avançou por três quarteirões, e dobrou à direita, formando um retângulo com seu trajeto, agora a dois estabelecimentos dos dois alvos, que caminhavam em direção oposta à dela. Estacionou e baixou o vidro, aguardando eles se aproximarem ainda mais.

— Alguém aí quer carona? — perguntou com o celular disfarçadamente próximo ao rosto.


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Quem acha a Paula louca levanta a mão.


Clube Proibido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora