Capítulo 167: Sansão

920 162 50
                                    


Paula fechou os olhos. Três disparos. Retraiu-se, como se isso a protegesse, mas em uma fração de segundos depois vinha o alívio de não ter sentido nenhum impacto.

Abriu os olhos, confusa.

Olhou para trás.

Santos estava caído com uma bala na testa. Olhou para o outro lado; Rodrigues estava morto, com dois buracos no peito. Virou para Iguana, sem entender. Ele havia guardava a arma e pegava o celular no bolso, fazendo uma ligação. Paula observou-o ainda de olhos vidrados.

— Quero que leve um grupo de homens para o cemitério de trens na Lapa. Estou a caminho! — guardou o celular, já pegando uma vela e andando em direção às cortinas na lateral.

— Eu não... Eu não entendo...

Iguana parou. Encarando-a com ternura.

— Eu jamais machucaria você, Scarlet. Esses dois eram os únicos que sabiam do seu segredo. Agora vá para o carro se ainda quiser ver seus avós vivos.

Paula conseguiu finalmente se mover e correu pelo corredor entre as fileiras de bancos; olhou para trás, vendo labaredas consumirem as cortinas. Saiu da capela, pensando em entrar no carro e ir embora sozinha. Mas seus instintos dessa vez diziam para esperar. Foi até o carro e ficou em pé ao lado dele. Iguana logo saiu da igreja, com pressa. Entrou no veículo, seguida por Paula, e deu partida. Deu a volta, como nos filmes, e acelerou. Paula olhou para trás e viu a igreja emanando uma forte luz pelas janelas.

Olhou para Iguana, sem ter ideia do que estava acontecendo.

— Acho que vou acabar como Sansão, afinal — ele sorriu para ela, a mais de cem quilômetros por hora.

###########################

Como é mesmo o apelido de Paula?

Clube Proibido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora