Capítulo 160: Confiança (parte 2)

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Latino segurava as sacolas de compras de Paula na área de espera do provador. Quando enfim ela saiu, com várias peças sobre o braço, ele bufou:

— Seu plano é me entediar até a morte?

— Seja útil primeiro. Eu não ia carregar essas coisas sozinha. Gostei de tudo, vou levar.

Após fazer o pagamento com seu cartão de débito, Feiticeira guiou Fernando para fora da loja.

— Juro por Deus que se entrar em outra loja eu me mato

— Não faz drama. Só entramos em cinco até agora.

— Duas horas em cada. Já está anoitecendo!

— Exagerado — ela sorriu ajeitando os óculos escuros. — vamos comer alguma coisa.

Subiram a escada rolante até a praça de alimentação. Levaram alguns minutos para decidir o que comer, quando finalmente sentaram-se a uma mesa mais afastada de outras pessoas.

— Você me trouxe aqui só pra me usar de empregado?

— Fere seu ego?

— Fere minha paciência.

Feiticeira sorriu.

— Passei esse tempo todo de compras pensando no que eu queria perguntar pra você. Tenho algumas perguntas.

— Finalmente.

— Por que entrou no Clube?

— Grana. Próxima.

— Quem te trouxe pro Clube?

— A MILF. Eu, Marvin e Playboy fomos validos dela.

— E Negão?

— É valido do Marvin também.

— Então se Japa é valida sua, Valentina do Marvin e eu do Playboy, então a MILF foi a primeira?

— Nunca me interessei em saber. A primeira Ninfeta era valida do Negão, e saiu.

— Alguém mais saiu?

— Não que eu saiba. Por que iríamos querer sair?

— Você disse que armaram pra você. Todos te odeiam achando que é um estuprador.

— E daí? Quem eu seria sem a grana do Clube? Com que empregos eu conseguiria algo assim? Eu quase morri sendo traficante.

Paula escondeu a satisfação em ouvir aquilo. Enfim alguém externando seus próprios pensamentos. O Clube era uma oportunidade única.

— Você foi mesmo traficante? — lembrou-se do detalhe.

— Pra quê as perguntas? Vai escrever minha biografia?

— Foco — Paula precisava chegar onde queria. — Você pensa em aumentar as graduações?

— Não — Fernando deu os ombros. — Dá muito trabalho. Cobra engolindo cobra. Consigo juntar muito dinheiro como estou.

— Achei que fosse mais ambicioso.

— Barata que fica no escuro não leva chinelada.

— O que você fez para ser punido pelo Clube? Com o lance do estupro?

— Realmente não é da sua conta.

Paula pensou em insistir, mas não era o foco.

— Tudo bem. Mas o que acha do Clube? Quero dizer, o que o Clube espera de nós?

Clube Proibido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora