— Pra onde está indo? — Valentina perguntou com um terrível pressentimento. O veículo de Heitor Pimenta após rodar bastante, adentrou uma estrada de terra cercada de mato. Não havia motel algum ali. Era um local isolado, ou uma viagem para fora da cidade.
— Breve chegaremos.
— Quero voltar — protestou. Só havia os dois no carro, mas havia algo muito errado.
— Não tem mais volta.
— Eu vou gritar.
— Fique à vontade — respondeu calmamente.
Aliás, só então ela percebeu que havia algo de perturbador naquela calma. Algo muito ruim contido, como se ele usasse todas as forças para não deixar que viesse à tona. Ou ainda, parecia o comportamento frio de quem está em choque. Ninfeta Ruiva não sabia mais o que pensar. Mas estava com medo. Sabia que ele a estava levando para a morte.
Pegou o celular do bolso, indo direto para o aplicativo C. Clicou três vezes seguidas.
Não ficou vermelho.
Tentou de novo.
Não funcionou.
— Me dá isso, sua vadia! — Pimenta esticou o braço para tomar dela o celular, em seguida o jogou pela janela.
O alarme vermelho não funcionara. O Clube jamais a encontraria. Mesmo que os próprios também a matassem por quebrar as regras, teria alguma chance. Ali estava encurralada.
O carro, um belíssimo utilitário, foi se aproximando de dois veículos parados, com pessoas em pé do lado de fora, fumando e conversando. Pessoas mal-encaradas, ela pensou.
— Eu quero que você berre como uma porca enquanto todo mundo te fode — seu semblante mudou. Virou uma carranca demoníaca. — Depois vou cortar essa pelezinha branca todinha, até ficar em carne viva. Vou te estuprar com o que eu achar na estrada, sua cadela maldita!
Valentina entrou em pânico. Não era blefe, ela sabia. Ele era capaz de fazer aquilo. Ele estava possesso. Louco.
— Onde está meu namorado? — ela gritou às lágrimas, o carro estacionando, os homens aguardando lá fora.
— Não faço a mínima ideia. Eu nunca sequestrei ninguém sua putinha burra.
Ela ficou estática, confusa.
— Como assim? Claro que foi você! Você admitiu!
— Você chegou com a carta na manga perfeita pra te chantagear. Eu só afirmei, sua vadia! Agora você vai pagar pelo que fizeram com minha carreira. Vocês destruíram minha vida!
— Se me matar nunca vai saber como encontrar a outra! — ela apelou, em desespero, como única chance de ao menos sair dali.
— Não precisa. Seguiram você até uma boate. Depois ficaram de tocaia e viram a outra vagabunda saindo de lá. Não adianta negar que não a conhece, que não sabe quem me chantageou. Eu sei onde ela mora. Eu vou visitá-la enquanto meus homens desovam seu corpo fodido em alguma vala!
Valentina abriu a porta do carro, mas mal pôs o corpo para fora, uma mão poderosa agarrou seu cabelo com força, arrastando-a com violência para o meio do triângulo formado pelos três carros. Foi empurrada contra o chão e sua face bateu na terra. Estava cercada. Quantos homens? Sete? Oito?
Não tinha nenhuma carta na manga, nenhum Deus Ex Machina para salvá-la milagrosamente. Uma morte cruel, lenta e dolorosa a aguardava. Nem gritar conseguiu. Apenas fechou os olhos, sentada no chão, esperando o pior.
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Clube Proibido [completo]
Gizem / GerilimAté onde vão os limites da luxúria e do desejo? Para o Clube, eles não existem. Sem tabus, sem pudores, sem vergonha... Jovens deliciosos, irresistíveis, mestres na arte da sedução, prontos para realizar as mais impensáveis fantasias de estranhos. ...