Capítulo 113: Nem que seja

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Fazia um bom tempo que Paula não sentia o gosto de Anabela. Mesmo antes do aborto, as duas não faziam sexo amigo por meses. Não era algo que fizessem com grande frequência; geralmente quando bebiam juntas. Mas a melhor amiga de Paula fora a mais próxima de conseguir dela um orgasmo antes de Iguana e ela queria saber se agora que tivera sua primeira vez, ficaria mais fácil.

Por isso Paula estava no apartamento da amiga, deitada com as pernas abertas, com os grandes lábios de Anabela em sua boca enquanto tinha seu clitóris lambido por ela. O sessenta e nove era a posição predileta das duas juntas, com Paula sempre por baixo. Feiticeira beijava a fenda úmida da amiga com vontade, saboreando-a enquanto estremecia ao ser chupada.

Uma troca justa de prazer, exceto pelo fato de que apenas Anabela gozava.

A bunda de Anabela era pequena, mas firme e empinada, proporcional ao corpo que tinha; Paula gostava de arreganhar suas nádegas para contemplar a região que lambuzava com a boca. A pele branquinha, a bocetinha delicada, o cuzinho rosado. Dava tapinhas e apertava, mordia. Enfiava a língua fundo e, depois de deixar Anabela bastante molhada, concentrava-se em seu clitóris.

— Ahhhhhhhhh!

Por força do hábito, ao gozar, Anabela saiu de cima de Paula e deitou-se ao seu lado, as duas suadas. Só que desta vez a frustração habitual de Feiticeira havia se transformado em algo exorbitante. Ela queria gozar. De novo. Era extremamente frustrante saber que talvez apenas um homem fosse capaz deste feito. Um homem proibido.

— Que cara é essa, Paula?

Paula se deu conta que expressava seu descontentamento no rosto.

— Eu gozei, Bella.

— Hã? Gozou? — Anabela sentou-se na cama sem entender nada. Se Paula tivesse gozado estaria com aquela cara?

— Não agora. Não com você.

— Mas... Gozou com alguém? Paula, você gozou, é sério?

Apesar de Anabela estar tão surpresa quanto empolgada com o fato, Paula sabia que não poderia dizer a verdade. Ao menos não por completo.

— É. Foi a melhor transa de minha vida — sorriu com o olhar distante.

— Como assim? Quem foi? Ai, desembucha, Paula!

— Um cara qualquer. Você não conhece.

— Ah, Paula... Que merda, abre o bico!

— Ele é casado — mentiu ela. — Não posso revê-lo. E tenho absoluta certeza de que vou.

— Mas é claro que vai! — Anabela deu uma risada. Estava realmente empolgada. — Fala dele! Como foi? Quando foi?

— Longa história. Depois eu conto.

Anabela desfez a cara de alegria.

— É aquele loiro, não é?

— Loiro? — ao mesmo tempo em que falava, Paula se dava conta de que ela se referia a Playboy.

— Claro que não. Aliás, eu prometi que ia apresentar vocês.

— Prometeu? Não lembro.

— Foi. Interessada?

— Não sei, pode ser. Tem certeza de que não é esquema seu?

— Juro — beijou os dedos cruzados.

— Então está tudo certo. Marca da gente sair.

— Pode deixar — Paula piscou, aliviada de se livrar da desconfiança da melhor amiga.

— Tá, mas e o casado? O pica de ouro que te fez gozar? Eu nem acredito! Estou tão feliz por você!

— Cara, eu não sabia o que era felicidade até sentar naquele pau!

As duas riram. Paula decidiu então entrar em detalhes sobre a transa em si. Afinal, precisava desabafar com alguém. E falar sobre aquilo lhe dava mais coragem para cogitar ir atrás de Iguana. Nem que fosse só mais uma vez.


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Tá, Paula, acreditamos...

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