— Toca a minha, barbudo — pediu com um sorriso torto, sentando-se no estofado.
— Agora, minha deusa — e começou a cantar e tocar Fake Plastic Trees, de Radiohead. Era uma melodia triste, mas extremamente tocante.
Enquanto ouvia, Paula observava a loira. O corpo era impecável, com pernas, quadril, cintura e seios desenhados de forma simétrica para despertar desejo de forma infalível. O rosto era de Femme Fatale, que se encaixaria com maestria em uma vilã de filmes. Súbito os olhos da loira encontraram os seus, pegando-a no flagra. Paula manteve o olhar.
— Pode olhar, eu deixo — disse com um quase sorriso.
Paula enrubesceu. Odiava quando isso acontecia, pois não tinha controle.
— Queria tentar dizer algo ofensivo, mas os adjetivos que me vêm à mente são todos elogios.
Sara sorriu. Não era sarcástico desta vez. Marvin cantava outra música; os outros estavam entretidos ouvindo. Devassa levantou-se e sentou perto de Paula.
— Eu não estava de bom humor em nosso primeiro encontro.
— Isso é um pedido de desculpas? — Paula indagou.
— Nunca peço desculpas. Mas fui desnecessariamente arisca com você.
— Desculpas aceitas.
Devassa sorriu, encarando-a.
— Mas ainda não gosto de você. Só não quero climinha de adolescentes se alfinetando. Não tenho paciência pra isso.
— Aprecio a sinceridade. Acho isso chato também.
— Esse é o momento em que começamos a transar, mas estou com as beiradas inchadas.
Paula riu. Sara estava mesmo sendo simpática com ela? Desarmou-se completamente. A raiva passou, assim como o rancor. Talvez Devassa fosse legal.
— Já fez sua primeira amiguinha — Sara fez sinal com o queixo para Valentina, entretida com a música mais adiante.
— Ela me ajudou bastante hoje.
— Em seu primeiro desafio?
— Não. Não vai anular desta vez. Ela me ajudou com outra coisa, algo pessoal.
— Se seu desafio valeu ou não, isso vamos decidir. Confesso que estou torcendo pra ter dado algo errado e punir você — sorriu maliciosamente.
— Não desta vez, gata — Paula piscou.
— E deu certo a coisa pessoal?
— Sim, vou buscar amanhã. É um remédio.
— Remédio?
— Pra uma amiga. Engravidou por acidente.
A expressão de Sara mudou completamente. Seu rosto tornou-se sombrio.
— Ninguém engravida por acidente — disse de forma ácida. — Ela abriu as pernas e alguém gozou dentro. De que espécie de remédio estamos falando?
— É fácil julgar, mas cada um tem...
— Que espécie de remédio? — repetiu secamente, interrompendo-a.
— Abortivo — respondeu irritada com a petulância da outra.
O olhar de Devassa tornou-se de repulsa. De repente Paula era um verme asqueroso diante dela. Levantou-se.
— Lixo. Vocês duas são lixo.
— Quem você pensa que é? — Paula levantou-se furiosa, cara a cara com a loira.
Marvin parou de tocar, todos olhavam para as duas.
— Ei, meninas! — Rafael se levantou para intervir.
— Quem eu sou? — Sara respondeu bem próximo ao rosto de Paula, olhando-a com nojo. — Pergunte-se quem você é. Infanticida. Uma assassina escrota. Não me admira que seja frígida!
Paula deu um tapa, mas Sara segurou sua mão no ar, segurando com força seu punho.
— Não ouse tocar em mim com essas patas imundas — largou-a com um empurrão, andando a passos largos em direção à porta de vidro.
— Vai se foder! — Paula gritou. Estava vermelha de ódio. Nunca sentira tanta vontade de matar alguém.
Aquiles correu atrás de Sara, os outros tentavam entender o que havia ocorrido. Valentina chegou perto de Paula, entendendo o contexto.
— Não devia ter dito a ela. Do mundo todo, menos pra ela. Agora, sim, você tem uma inimiga.
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Votem, comentem! Talvez eu só publique Domingo, mas saibam desde já Paula ficou balançada com esta cena, que vai planejar seu desafio fechado e vai... Ah, aguardem!
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Clube Proibido [completo]
Mystery / ThrillerAté onde vão os limites da luxúria e do desejo? Para o Clube, eles não existem. Sem tabus, sem pudores, sem vergonha... Jovens deliciosos, irresistíveis, mestres na arte da sedução, prontos para realizar as mais impensáveis fantasias de estranhos. ...