Devassa tomava um drink no bar do Clube. Havia acabado de chegar à sede e queria relaxar, esfriar a cabeça. Embora ouvisse som de sexo vindo do segundo andar.
— Sara?
Suspirou fundo. Não estava com ânimo para ser simpática, nem mesmo com MILF. Olhou para o lado e fez um cumprimento automático com as sobrancelhas para a recém-chegada.
— Como está sua filha? — perguntou Pâmela com o semblante preocupado.
— Saiu da UTI. Teve um choque anafilático. Alergia.
— Que bom que ela está melhor.
— É.
Pâmela se serviu com uma dose de gim.
— Você parece ser uma ótima mãe.
— Sem ofensas, Pâmela, mas eu gostaria de ficar sozinha.
— Você sempre quer — sorriu. — Eu sei que está aqui por ela.
— Todos têm sua razão pra estar aqui. A minha é ela.
— Eu sei.
Um curto silêncio.
— Sabe por que eu estou aqui? — perguntou MILF.
Sara não sabia. Nem tinha interesse. Nem paciência.
— Não. Pâmela, como eu disse...
— Eu tenho dois filhos também, sabia?
— Não.
— Pois é. Também sabe que eu fui atriz pornô por anos, não sabe?
Devassa sabia, e associar as duas informações a deixou de curiosa. Começou a dar atenção ao que ela falava.
— Sei sim.
— Bem, eu não tinha filhos quando iniciei a carreira. Eu era solteira, livre e principalmente desinibida. Conheci um produtor em uma boate e ele me introduziu à pornografia. No começo foi difícil, depois fui acostumando, e até gostando — sorriu. — Aí fui me aventurando com cenas anais pra ganhar mais. Minha garganta profunda também começou a fazer sucesso.
— Pelo visto com o Clube ganha mais. Senão não teria largado a carreira. Afinal, o que fazia e o que faz agora são a mesma coisa: transar por dinheiro.
— É uma forma de enxergar, eu admito.
— É. O que nos difere das prostitutas?
— Considera-se uma, Sara?
— Não. Mas sei que sou.
— Talvez nós somos. Mas devo muito ao Clube.
— Deve? — Devassa ficou surpresa.
— Sim. Certa vez me apaixonei por um empresário. Ele não se importava que eu tivesse feito pornô, mas exigia que eu largasse essa vida.
— E você largou?
— Não queria. Era meu porto seguro. Tinha uma imagem ruim do que seria um casamento, depender de um homem. Eu tinha um padrão de vida alto e não queria abrir mão dele.
— Então não largou — deduziu.
— Larguei sim. Apostei no escuro. Casei-me com ele, tivemos um filho. Adrian, o nome dele.
— Quantos anos?
— Dezoito.
— Adulto já...
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Clube Proibido [completo]
Mystery / ThrillerAté onde vão os limites da luxúria e do desejo? Para o Clube, eles não existem. Sem tabus, sem pudores, sem vergonha... Jovens deliciosos, irresistíveis, mestres na arte da sedução, prontos para realizar as mais impensáveis fantasias de estranhos. ...