Capítulo 117: Alerta

2.1K 222 48
                                    


Devassa tomava um drink no bar do Clube. Havia acabado de chegar à sede e queria relaxar, esfriar a cabeça. Embora ouvisse som de sexo vindo do segundo andar.

— Sara?

Suspirou fundo. Não estava com ânimo para ser simpática, nem mesmo com MILF. Olhou para o lado e fez um cumprimento automático com as sobrancelhas para a recém-chegada.

— Como está sua filha? — perguntou Pâmela com o semblante preocupado.

— Saiu da UTI. Teve um choque anafilático. Alergia.

— Que bom que ela está melhor.

— É.

Pâmela se serviu com uma dose de gim.

— Você parece ser uma ótima mãe.

— Sem ofensas, Pâmela, mas eu gostaria de ficar sozinha.

— Você sempre quer — sorriu. — Eu sei que está aqui por ela.

— Todos têm sua razão pra estar aqui. A minha é ela.

— Eu sei.

Um curto silêncio.

— Sabe por que eu estou aqui? — perguntou MILF.

Sara não sabia. Nem tinha interesse. Nem paciência.

— Não. Pâmela, como eu disse...

— Eu tenho dois filhos também, sabia?

— Não.

— Pois é. Também sabe que eu fui atriz pornô por anos, não sabe?

Devassa sabia, e associar as duas informações a deixou de curiosa. Começou a dar atenção ao que ela falava.

— Sei sim.

— Bem, eu não tinha filhos quando iniciei a carreira. Eu era solteira, livre e principalmente desinibida. Conheci um produtor em uma boate e ele me introduziu à pornografia. No começo foi difícil, depois fui acostumando, e até gostando — sorriu. — Aí fui me aventurando com cenas anais pra ganhar mais. Minha garganta profunda também começou a fazer sucesso.

— Pelo visto com o Clube ganha mais. Senão não teria largado a carreira. Afinal, o que fazia e o que faz agora são a mesma coisa: transar por dinheiro.

— É uma forma de enxergar, eu admito.

— É. O que nos difere das prostitutas?

— Considera-se uma, Sara?

— Não. Mas sei que sou.

— Talvez nós somos. Mas devo muito ao Clube.

— Deve? — Devassa ficou surpresa.

— Sim. Certa vez me apaixonei por um empresário. Ele não se importava que eu tivesse feito pornô, mas exigia que eu largasse essa vida.

— E você largou?

— Não queria. Era meu porto seguro. Tinha uma imagem ruim do que seria um casamento, depender de um homem. Eu tinha um padrão de vida alto e não queria abrir mão dele.

— Então não largou — deduziu.

— Larguei sim. Apostei no escuro. Casei-me com ele, tivemos um filho. Adrian, o nome dele.

— Quantos anos?

— Dezoito.

— Adulto já...

Clube Proibido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora