— Estou com pena da Nayuri — comentou Valentina tomando um gole de uísque.
— Também — concordou Paula sentada no lado oposto da mesa, na área da cozinha.
— Eu sinto por ela, mas não foi por falta de aviso — disse Marvin, atrás do balcão, cortando verduras com um avental amarelo e preto. Cozinhava um tira-gosto.
Nayuri, Fernando e Pâmela já haviam ido embora. Devassa, Playboy e Negão estavam na piscina. Era mais de meia noite.
— Ela parece tão imatura — constatou Paula. — Como ela entrou no Clube?
— Era pupila do Latino — respondeu o Lenhador. — Ela é boa, mas é irresponsável, temperamental e emotiva demais.
— Você também é emotivo — Ninfeta Ruiva sorriu.
— Sou um poeta. Meu signo é peixes, mas no horóscopo chinês é Dragão. Eu sei dosar meus extremos.
— Verdade — Valentina olhava para Paula. — Você não quer ver o Lenhador zangado.
— Parto você ao meio com meu machado ou minha serra elétrica — sorriu.
— Ou com seu pau — provocou Paula.
Os três riram.
— Verdade — Valentina concordou. — Esse tronco ele não corta.
— Não sabia que você era bi — disse Paula.
— Sou. Não disse que era de peixes? Peixe espada.
Risos.
— Mas já namorou homens e mulheres?
— Já fui noivo de uma mulher. E namorei um cara por quatro anos. Fora isso comi quase todo mundo, sem ver primeiro se tinha pau ou boceta.
Paula riu.
— E por que terminou com o cara?
— Porque saí da prisão.
Paula achou que era uma piada e esboçou um sorriso, mas percebeu que Valentina estava séria.
— Ele namorou o cara na prisão. Eram colegas de cela.
— Você foi preso? — Paula arqueou as sobrancelhas.
— Por quatro anos.
— Posso perguntar o porquê?
— Espanquei um homofóbico. E encontraram drogas no meu estúdio.
— Uau!
— O dragão nele aflorou — comentou Valentina. — Um cara jogou cerveja na cara dele em um bar porque ele beijava um rapaz.
— E era uma cerveja das mais baratas. Me ofendi mais por isso — sorriu colocando uma frigideira com óleo no fogo e refogando o alho.
— Tem meu respeito — Paula balançou a cabeça, orgulhosa.
— Se eu não temesse as punições da Devassa teria espancado o Latino hoje. Ao menos não seria preso.
— Ele merece ser estuprado por uma cadeia inteira! — Valentina concordou, irritando-se por se lembrar. — Não acredito que a Pâmela deixou essa passar.
— Ela segue as regras mais do que ninguém — Marvin a defendeu. —Por ser a mais graduada, a função dela é ser literal quando às regras. Admiro-a bastante. Ser líder não é fácil.
— Ele vai ter o que merece algum dia — Paula disse com placidez, bebendo um gole de sua bebida.
Rafael entrou pela porta dos fundos de sunga, com uma toalha branca no ombro.
— Hum! O cheiro está ótimo! — disse ao se sentar ao lado de Paula. — O Lenhador não mexe só com pau. Mexe com comida também, e muito bem!
— Que trocadilho infame — Valentina fez uma careta. Paula riu.
— De ébano eu entendo mais. Madeira boa, grossa... — Marvin piscou fazendo um sinal para a cueca de Marvin.
— Tira o olho de meu obelisco —Negão cobriu a cueca com as duas mãos, dando uma risada.
— Falou com a víbora loira? — indagou Feiticeira.
— Tentei — Negão baixou o olhar, derrotado. — Ela parece bem concentrada. Daquela mente não sai coisa boa. Sem falar que ela não gosta muito da Japa.
— Nem de mim — completou Paula.
— Não — Negão balançou a cabeça. — Você ela odeia, é diferente. O que quer que ela faça com a Japa, faria muito pior com você.
— Para isso eu vou ter que falhar em algum desafio.
— Olha só — Marvin deu uma risada. — Senti firmeza na delícia.
— Eu não entro pra perder.
— Cuidado, Paula — advertiu Valentina. — Você está no seu segundo desafio. As coisas podem ficar mais difíceis. Sempre fica.
— Adoro desafios.
— Eu não consigo parar de pensar na guria — Rafael serviu-se com o uísque. — Pra mim a Japa é uma meninona. Ela não faz por mal.
Lenhador mexia a carne na frigideira:
— Você tenta ajudar todo mundo, Rafa, mas vivemos em um mundo em que apenas os fortes sobrevivem. Se a Japa não aprender a ser forte, vai sofrer muito mais.
— Enfim, fico bolado com essas coisas — Rafael continuou. — Pra mim a gente é uma família, saca? Vejo a Japa como minha irmãzinha.
— Você fode sua irmãzinha com força, hein? — Valentina apontou.
Todos riram.
— Família moderna.
— Adoro modernidade — Valentina inclinou-se e entrou embaixo da mesa. Paula observou-a pela mesa de vidro engatinhar até Rafael e colocar a mão dentro de sua cueca, colocando membro para fora, e depois na boca. Mesmo mole era enorme, Feiticeira constatou, excitando-se.
— Só a MILF engole essa anaconda preta — Marvin comentou rindo. — Mestra na garganta profunda.
— Mas a ruivinha aqui lambe como ninguém — Negão comentou dando uma risada contagiante.
O celular de Paula tocou.
Era Anabela.
Por que estava ligando tão tarde?
Levantou-se da mesa, caminhando para uma parte mais silenciosa. Atendeu.
— Bella?
— Paula! — a voz estava distorcida pelo choro. — Me ajuda! Eu estou sangrando muito. Dói demais! — deu um gemido de dor animalesco.
— Você tomou o remédio?
— Tomei. Isso está me matando. Dói. Dói muito! Estou gelada, meu útero parece que está sendo esmagado — o choro se misturou com o gemido de dor.
— Está em casa?
— Sim.
— Estou indo praí! Fica bem, por favor! — desligou na pressa, correndo para a porta dupla de acesso à boate.
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Clube Proibido [completo]
Mistério / SuspenseAté onde vão os limites da luxúria e do desejo? Para o Clube, eles não existem. Sem tabus, sem pudores, sem vergonha... Jovens deliciosos, irresistíveis, mestres na arte da sedução, prontos para realizar as mais impensáveis fantasias de estranhos. ...