— Obrigada por aceitar — Paula disse, colocando a mão sobre a de Aquiles, que a retraiu devagar.
Playboy olhava para algum ponto à sua esquerda, como se prestasse atenção a algo ou admirasse o local, mas Paula sabia que sua real intenção era de não a encarar. O pub era o favorito de Anabela, acessível e de muito bom gosto, além da pegada alternativa.
— Espero que não se arrependa da merda que fez ontem.
— Saí pra transar, como eu disse. E voltei bêbada para casa.
— Claro que sim — Playboy balançou a cabeça, com desdém. — Estou prestes a desistir. Sua amiga está atrasada.
— Isso não é entrevista de emprego, gato — Paula riu tomando um gole de sua cerveja. — Faz parte do charme dela.
— Sabe que isso não vai levar a lugar algum.
— Vai deixar claro que eu e você não temos absolutamente nada. É culpa sua, por isso tem que consertar a merda que fez. E além do mais, vai fazer bem a ela transar com um gato como você.
— Um gato que não é seu tipo.
— Sinto muito — piscou.
— Devia ter transado com você na sauna.
— E acabar com nossa tensão sexual? Deixe minha amiga bem feliz e eu vou te deixar bem feliz.
Playboy deu um sorriso malicioso:
— Pensando bem, quem sabe um ménage. Todo mundo feliz.
Paula riu alto.
— A ideia é ótima. Mas esqueceu que o ponto aqui é provar que não temos nada? Sem falar que na sede fazemos ménages e orgias o tempo todo. Achei que nosso lance era especial...
Aquiles sorriu, fitando o olhar provocante de Paula. Ela sabia como tirar proveito do que ele sentia. Ia falar alto, mas percebeu a aproximação de alguém à mesa.
— Olha minha fêmea aí! — Paula disse se levantando para cumprimentar Anabela, imediatamente apresentando-a a Aquiles, que também se levantava. — Aquiles, Anabela. Anabela, Aquiles.
— Prazer — beijinho de um lado, do outro, então sentaram-se os três.
O modo sedutor de Playboy foi automaticamente acionado. Seu semblante indiferente e desdenhoso deu lugar a movimentos dos cantos dos lábios e olhares penetrantes. Paula percebeu toda uma linguagem corporal para conquistar Anabela o mais rápido possível. Talvez para impressionar Paula, talvez para se ver livre do favor. O fato é que em menos de uma hora os três estavam bastante à vontade, com risadas constantes. Paula tentava focar os assuntos no casal, e pedia licença para ir ao banheiro bem mais do que de costume, demorando mais do que de costume. Na terceira vez, Anabela foi com ela.
— Eu saí pra deixar vocês a sós.
— Eu queria urinar de verdade — Anabela disse entrando no reservado.
— E aí, o que achou do loiro?
— Acho que devia ter me depilado.
Paula riu alto.
— Eu adoro seus pelinhos. Principalmente passar a linguinha neles.
— A gente podia foder os três — Anabela sugeriu, dando descarga.
Paula riu, lembrando-se da proposta de Aquiles.
— Ele não faz meu tipo.
— O pau dele faz o teu tipo. Bora, pela putaria.
Paula coçou a cabeça.
— Hoje não rola. Dá pra ele hoje, e quem sabe outro dia...
— Tem certeza?
— Não dá conta do Capitão América sozinha?
— Até parece que não me conhece.
Na saída do banheiro, Anabela cutucou Paula e cochichou-lhe:
— Adivinha quem está aqui...
Discretamente Paula olhou ao redor. Não demorou para detectar Júlio, seu ex-namorado, sentado em uma mesa distante da deles, com três amigos. Quando os dois namoravam, Paula e Anabela costumavam ir com ele até aquele pub, que acabou se tornando seu favorito também.
— Espero muito que ele já tenha me superado.
— Como se fosse possível te provar e esquecer.
— Sai daqui, sapato!
Riram, voltando à mesa. Paula evitou olhar para a mesa de Júlio, ficando de costas para o mesmo. A conversa entre os três ficou picante. Logo estavam falando de sexo, de preferências, fantasias, e foi a deixa para Paula tirar seu time de campo.
— Eu tenho que ir.
— Como assim? A noite mal começou.
— Tenho um encontro — sorriu, misteriosa.
Não era mentira. Tinha um desafio a realizar. Nas últimas semanas vinha preenchendo seu tempo aceitando mais desafios. Trancou a faculdade para se dedicar totalmente ao Clube — e para evitar encontrar-se com Ludo.
Despediu-se dos dois com a sensação de dever cumprido. Talvez uma pontinha de ciúmes, pois no fundo queria participar do ménage. Mas tinha dever a cumprir. Na saída do pub, resolveu dar uma olhada para o ex. Para sua surpresa, ele olhava fixamente para a mesa que ela acabara de deixar. Sua expressão era de raiva, rancor — talvez achasse que Playboy era seu atual, já que ele o substituía no trio — Olhou para a mesa. Aquiles e Anabela estavam se beijando.
Saiu, pensando no que teria que fazer para entrar e sair escondida da Clube Proibido. Já não frequentava mais a academia, por segurança, mas Heitor ou seus homens poderiam estar de campana diante da boate. Ou quem sabe dentro.
Precisava ser cuidadosa.
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Demorei, mas aqui estamos de volta. Sei que estão bravos pela demora, mas ainda assim queria pedir que votassem nos capítulos, para eu ter uma ideia de quantas pessoas estão acompanhando. Muito obrigado!
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Clube Proibido [completo]
Mystery / ThrillerAté onde vão os limites da luxúria e do desejo? Para o Clube, eles não existem. Sem tabus, sem pudores, sem vergonha... Jovens deliciosos, irresistíveis, mestres na arte da sedução, prontos para realizar as mais impensáveis fantasias de estranhos. ...