Capítulo 82: Lady

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Ludovico tinha sono pesado, mas ouviu a campainha estridente. Olhou no celular. Duas e quinze da manhã! Esfregou os olhos, sentando-se na cama, alerta. Quem estaria em sua casa tão tarde? Correu até a cozinha e pegou uma faca. Em seguida, caminhou cautelosamente até a sala, preparado para ver se era uma ameaça e chamar a polícia. Espiou no olho mágico.

— Feiticeira?

Abriu a porta, perplexo.

— Seu celular está desligado? — Paula indagou já adentrando.

— Não, deixei no modo avião quando estava na aula — ele encostou a porta atrás de si. — Aconteceu alguma coisa?

— Perdi um brinco de ouro em seu quarto.

— Brinco de ouro?

— É. Eu senti falta no mesmo dia, só pode ter sido aqui. Posso procurar, por favor?

— Mas... Por que agora, a essa hora? Você bebeu?

— Um pouco — deu um sorriso de menina sapeca.

— A casa é sua, fica à vontade — fez um sinal com os braços para que ela passasse para o cômodo seguinte.

Paula seguiu até o quarto, puxando Ludo pelo braço.

— Você me ajuda a procurar?

— Claro — ele se prontificou, mesmo que não compreendesse o absurdo daquela cena.

Os dois se agacharam, procurando o objeto no chão e sob os móveis. Pouco tempo depois Paula ergueu a mão com o anel, comemorando:

— Achei!

— Ufa! Deve ser muito importante mesmo, pra vir buscar a essa hora.

— Ai, Ludo, desculpa! — ela deu um passo, abraçando-o com força. — Vacilei com você, mas garanto que tive meus motivos. Te prometo que essa festa vai rolar sim, e vai bombar. Vai ter o aniversário que você merece.

— Não precisa, pode deixar, Feiticeira...

— Se não me falha a memória você disse que perderia a virgindade com a Sansa Stark, não foi?

— Devo ter dito. Mas foi uma metáfora pra dizer que vou morrer virgem — riu.

— Mas e se você a encontrasse?

— Ela não é real.

— Ludo! Entra no clima.

— Bem, se ela fosse real, jamais olharia para mim. Ela é esnobe, lembra?

— Na sua fantasia as coisas rolam como você quiser — ela beijou-lhe o rosto. — Até mais.

Ludo a acompanhou até a porta da sala. Observou-a andar até o carro.

— Não quer que eu leve você? Parece que bebeu mais do que devia!

— Não precisa! — acenou-lhe, mandando um beijo. Entrou no carro e partiu.

— Louca — Ludo riu, balançando a cabeça.

Voltou para o quarto. Havia perdido o sono. Mas valera a pena ver sua Feiticeira.

Ouviu um ruído vindo da sala.

Era uma música.

Era a abertura de Game of Thrones!

Vinda da sala!

Ludovico caminhou cauteloso pelo corredor, perguntando-se se estava alucinando por ter falado no seriado. Ao religar a luz não viu a caixa de som portátil escondida, ou o celular via bluetooth que enviava o som. O que viu foi tão absurdo como fantástico: No trono de ferro, sentada de pernas cruzadas, com um vestido medieval escuro, uma jovem ruiva fitava-o com olhar de superioridade.

Antes que pudesse falar alguma coisa, Valentina falou:

— Ajoelhe-se, seu insolente. Sou Sansa Stark, Lady de Winterfell. Você é meu escravo e vai fazer tudo o que eu mandar...

Ludo abriu um vasto sorriso, com os olhos brilhando.


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Esbalde-se, meu amigo!

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