Capítulo 46: Conta comigo

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Paula chegou à universidade com crise de enxaqueca. Resolveu ignorar as notificações de desafios até o fim da semana, onde haveria a votação. Afinal, além de perder dois dias seguidos de aulas, estava sendo negligente com os avós e a melhor amiga.

Assistiu às aulas sem nenhum ânimo, sentindo a cabeça latejar. Tomou dois comprimidos para enxaqueca e no intervalo entre as aulas foi à praça de alimentação. Precisava comer algo, mas não estava com fome.

— Feiticeira!

Era Ludo que se aproximava sorridente e sentava-se à mesa com ela.

— Oi, Ludo! — ela esticou a mão para pegar a dele e encostou o rosto nela, de forma carinhosa.

— Pensei que alguma coisa tivesse acontecido com você. Não te vi esses dois dias...

— Resolvendo umas coisas. E você, como está?

— Neste momento, feliz em te ver!

— Seu fofo!

— Que cara é essa? Dor de cabeça?

— Só você me conhece, Ludo.

Ludovico pediu um lanche para os dois. Sentou-se encabulado.

— Eu queria convidar você pra uma coisa...

— Pode falar, moço. Contanto que não seja pra transar, eu topo.

Ludo ruborizou.

— Que é isso, Paula! Eu não ia desrespeitar você assim.

— Você está vermelho como um pimentão — ela riu.

— Você, hein! É claro que não é isso. Eu queria convidar você pra minha festa.

— Festa?

— É. Meu aniversário.

— Olha aí, arrasou! Claro que eu vou! Quando?

— A festa vai ser sábado, depois de amanhã. Mas meu aniversário é amanhã.

— Pode deixar. Me manda a localização e o horário. Quem vai tanto?

Ludo deu um sorriso tímido.

— Estou convidando conhecidos daqui da universidade, não tenho amigos aqui além de você. Desde que me mudei pra capital não fiz amizades.

Paula conhecia a história de Ludo, que morava no interior de São Paulo e ralou pra conseguir uma vaga na capital. Deixara irmãos, pais e amigos para se aventurar e ter um futuro. Admirava-o bastante. Apesar da timidez e da inocência, Ludovico era bastante inteligente.

— Gosto de exclusividade, mas preferiria que tivesse mais amigos. Alguém confirmou?

— Disseram que talvez vão. Preparei uma festa legal, sabe? Tipo essas festas americanas. O pessoal vai gostar.

— Quer ajuda?

— Na verdade, sim. Estou arrumando tudo sozinho.

— Pois pode contar comigo. Você trabalha de manhã até que horas?

— Até a hora de vir pra universidade.

— Então vou com você quando sairmos daqui.

— Tão tarde?

— Vou atrapalhar?

— Claro que não. Eu que não queria incomodar você, Feiticeira.

— Vai ser um prazer! Convidou a EscroTânia?

— Eu sei que ela não vai, mas convidei sim.

— Essa festa não é pra impressionar ela, é?

— Claro que não! — ele enrubesceu de novo. — Só uma forma de fazer uns amigos.

Paula não queria que ele se magoasse. Ludo era inocente demais e uma decepção como uma festa fracassada o faria desmoronar.

— Como disse, pode contar comigo.

Paula ia se certificar de que ele tivesse uma festa foda.


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Ele merece, não merece? Quem aí quer ir pra festa?

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