Capítulo 48: A bela e a fera (parte 1)

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Ludo se enxugou, passou desodorante e se enrolou na toalha antes de sair do banheiro.

— Olha que sexy! — ela brincou.

Ludo baixou o olhar, sorrindo envergonhado. Tinha vergonha do corpo, mas o que o estava deixando desconcertado era Paula em sua cama com a calcinha à mostra. Evitou olhar para ela enquanto andava até o guarda-roupas e pegava um short e uma camiseta. Voltou ao banheiro. Embora tivesse acabado de tomar banho, estava suando frio. Seu coração batia mais rápido que o normal e suas pernas fraquejavam, como se aos poucos perdesse o controle sobre elas. Quando voltou ao quarto, Paula estava na mesma posição, mas com as mãos para trás apoiando o corpo.

— Ainda está com fome? — foi o que lhe veio à cabeça perguntar. Na verdade, estava desconfortável, sem saber direito o que fazer. Nunca havia tido amigas tão bonitas, talvez fosse normal aquele tipo de situação.

— Não, estou satisfeita. Vai ficar em pé aí? Senta aqui — apontou para o lado livre da cama. — Vamos conversar até bater o sono.

Ludo sentou-se, desengonçado e sem jeito.

— Tem praticado as técnicas de manipulação?

— Se tenho! — ela assentiu.

Ludovico interessava-se por neolinguística e manipulação, mas a grande maior parte do que estudava sabia apenas na teoria. O fato de ser antissocial e excluído dos grupos o deixava tímido demais para pôr em prática tudo que sabia. Era onde entrava Paula. Nas muitas conversas que havia tido com Ludo nas caronas e lanches na praça de alimentação, Paula havia aprendido bastante sobre a arte de manipular pessoas: Técnicas de persuasão, de manter contato visual, sorrir e concordar com a cabeça, distração, de ataque ao ego, dentre tantas outras. Por ser bastante carismática, inteligente e bonita, ela naturalmente já o fazia com maestria, mas com a parte teórica e as dicas dadas por Ludo, ela havia merecido o apelido de Feiticeira.

— E tudo tem funcionado?

— Tudo. Até agora, nada falhou. Você devia sair da teoria e colocar em pratica, Ludo. Sua vida iria mudar radicalmente.

— É fácil quando se é bonito...

— Ai, minha paciência! Foi você mesmo que me disse que a inteligência é superior à beleza.

— Na teoria.

— Ei!

— Oi.

— Olha pra mim.

Ludo ergueu o olhar, tentando manter os olhos nos dela. Paula estava muito próxima e seus olhos intimidavam; sua beleza intimidava. Sem falar que a visão periférica da calcinha dando relevo à parte íntima dela o deixava ainda mais nervoso.

— Isso. Pode começar treinando manter contato. Olho no olho. Demonstrar confiança é uma arma poderosa, não é?

— É sim — ele gaguejou, lutando para manter os olhos nos dela. Um paradoxo, já que seria capaz de olhar por horas para algo tão belo e sedutor.

— Por que está suando?

— Ah, Feiticeira! Eu sou muito tímido, você sabe — desviou o olhar.

— Não seja, seu bobo — ela pegou o queixo dele, forçando-o a olhar para ela. Ludo tremia.

Paula deu-lhe um beijo no rosto.

— Vou pegar uma cerveja, posso?

— Claro! A casa é sua!

Ela mudou de posição para descer da cama, ficando de costas para ele. Ludo sentiu o coração disparar ao ver a camisa dela esticar, mostrando sua bunda redonda e grande com a calcinha quase imperceptível no meio. Viu-a caminhar até a porta com a camisa cobrindo apenas metade de suas nádegas, deixando as poupas à mostra. Teve uma ereção instantânea e cobriu-se com um travesseiro, envergonhado. Limpou o suor da testa, respirando fundo.

Não seja um tarado, Ludovico! Ela é sua melhor amiga! Única amiga!

Alguns segundos depois, Paula voltou com uma latinha aberta e entregou outra a Ludo, deitando-se de bruços na cama, apoiada nos joelhos. O jovem desviou o olhar, já que mais uma vez a camisa esticou, deixando aquele bumbum durinho descoberto. Abriu sua latinha, tomando um longo gole. Tinha medo que ela notasse o volume sob seu short, já que estava sem cueca.

— É impressão minha ou você não está à vontade comigo aqui? — ela arqueou uma sobrancelha, mas mantinha um meio sorriso.

— Claro que estou à vontade. É que...

— E pra que esse travesseiro no colo? — sorriu provocativa.

Mais uma vez ele virou um pimentão.

— Eu gosto de sentar com o travesseiro no colo, e...

— Você está de pau duro?

Ludo sentiu que ia explodir, como uma criança pega no flagra pelos pais fazendo algo errado. Queria desaparecer, desejou voltar no tempo e colocar uma cueca apertada.

— Claro que não! Que coisa, Paula! Eu...

— Calma — ela deitou-se de lado com a coxa nua formando um L com seu corpo. — Desculpa te constranger. Fica à vontade. Sou sua amiga, não tem do que se envergonhar. Você e meu amigo, não é?

— Sim, claro.

— E é hétero, não é?

— Claro que sou!

— E tem a mente aberta ou é machista?

— Tenho a mente aberta, você sabe.

— Quer que eu fique aqui?

— Sim! — assentiu depressa.

— E posso ficar à vontade?

— Claro que pode.

— Qualquer amigo meu gostaria de estar em seu lugar, Ludo. Concorda?

— Concordo, sim!

— Então? Sei que não tem maldade, que é puro, mas acima de tudo você é homem, certo?

— Óbvio que sou!

Ludo não se dava conta, mas ela usava duas técnicas de manipulação nele: fazê-lo repetir "sim" e outras afirmações várias vezes, deixando-o mais à vontade e plantando uma ideia que aquela situação era norma, e ferindo seu ego, duvidando de sua masculinidade.

— Somos dois adultos, e não vamos deixar nada estragar nossa amizade.

— Verdade.

— Então, mesmo que eu ficasse nua em sua frente ou que você ficasse de pau duro pra mim, tudo bem, pois respeitamos um ao outro.

Ludo engoliu em seco.

— Se você diz...

— Então posso pedir uma coisa?

— Pode, claro.

— Nunca vi o pinto de um virgem. Posso ver o seu?

Ludo sentia basicamente os mesmos sintomas de alguém prestes a enfartar. Era surreal demais para ele, uma overdose para a sua timidez.

— P-Paula... — gaguejou.

Ela puxou o travesseiro, sobressaltando-o. Ludo apressou-se em cobrir o volume sob o short com as duas mãos trêmulas.

— Acho que você bebeu bastante, Feiticeira — falava depressa, atropelando as palavras. — Já está fora de si... Amanhã vai acordar com ressaca e...

Paula alisou a coxa dele, subindo vagarosamente em direção à região que ele cobria.

— Só quero ver. Nada demais, Ludo — a mão dela estava sobre a dele.

Ludo estava no auge do nervosismo, mas também estava no auge do tesão. Nunca havia ficado tão duro quanto naquele momento. Estava cansando de relutar. Suas mãos fraquejaram.

Paula afastou as duas mãos dele, deixando um volume enorme sob a calça. A expressão dela foi de surpresa.

— Luuuudo!


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