Capítulo 5: O Playboy e a Devassa

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— Para onde estamos indo?

— Em cerca de dez minutos você vai descobrir — disse Aquiles calmamente ao volante, com a velocidade preocupantemente acima da média. No painel o GPS mostrava a rota a ser seguida.

— Vamos ser presos indo a essa velocidade — Paula tentava manter a calma, não demonstrar nervosismo, pois sabia que o objetivo dele era intimidá-la.

— Não vamos não, relaxa.

— Ok, antes de mais nada, preciso me preocupar?

— Preocupar? — riu-se o loiro. Vendo-o dirigir de perfil, Paula percebeu mais detalhes que constatavam o quanto a beleza daquele cara era hollywoodiana. As roupas, embora fossem despojadas (bermuda, camisa polo e tênis), aparentavam ser caras, de bom gosto. Ele parecia ter sido retirado de um filme qualquer americano. — Acha que pareço o tipo ameaçador?

— Só por que é bonito e tem um carro esporte? Isso não prova nada.

— Bonito? — deu uma risada. — No nosso ramo não dá pra ser apenas bonito. Você não é apenas bonita, senão não estaria no carro comigo.

— Desculpe desapontá-lo, mas eu dificilmente escolheria você em uma festa — falou com os olhos fixos na estrada, vendo o carro desviar velozmente de outros veículos.

Aquiles deu outra risada, incrédulo.

— E qual é o seu tipo? Prefere os feios?

— Você é o tipo bonito que não me agrada, só isso. Mas beija seios muito bem, que fique claro.

— Ossos do ofício.

O carro ultrapassou um sinal vermelho.

— Para o carro, eu quero descer.

— Não vai querer parar agora, Feiticeira.

— Feiticeira?

— Não é como seu amigo chama você? — ele deu um sorriso maroto para ela.

Paula sentiu um arrepio. Então ele realmente a havia seguido a todos os lugares! Havia ouvido suas conversas. Era no mínimo perturbador.

— Olhos no volante!

— Continuando, mulheres muito bonitas preferem os menos bonitos, assim ela são o foco do casal. Está explicada sua não atração por mim.

— Aceite. Há outros muito mais bonitos que você, pra quem eu daria fácil. Se te serve de consolo, acho o Chris Evans sem graça.

— O Capitão América? Dizem que pareço com ele. Sinto-me melhor agora, eu acho — virou para sorrir para ela. Paula tinha que admitir, ele era bastante sedutor, como se seu corpo inteiro fosse adaptado para isso. Era tão... parecido com ela!

— Para onde está me levando? — repetiu.

— Já deu pra perceber que o tempo é importante. Cada segundo conta. Se não chegarmos a tempo, vamos perder.

— Perder o quê?

Aquiles desviou a tempo de não atropelar uma mulher que atravessava a rua.

— Seu louco! Vamos matar alguém! Vamos morrer!

— Quanto mais eu conversar ao volante, menos atenção tenho à estrada.

— Não vai conseguir me deixar calada.

— Seria estranho se aceitasse tudo numa boa.

Paula respirou fundo.

Calma, Paula. Se quer respostas, faça as perguntas certas.

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