Capítulo 57: Julgamento (parte 2)

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O primeiro vídeo fora o de Valentina no apartamento de um homem casado. A mesma descrição do desafio que aparecia no aplicativo estava na tela, em uma edição profissional, dinâmica, ao passo em que se desenrolava a cena sórdida em que a Ninfeta Ruiva transava com o homem ao lado da esposa que dormia.

— Como fizeram ela dormir? — indagou Marvin sentado mais adiante.

— Calmantes — Valentina piscou. Marvin bateu palmas discretamente, fazendo uma expressão facial de orgulho da pupila.

— Você é demais, Jean Gray — Nayuri abraçou a ruiva. Paula riu.

Ao fim do vídeo a tela mostrou um letreiro de que o desafio havia sido cumprido.

O próximo vídeo mostrou Rafael, o Negão, em uma diretoria, estocando a diretora debruçada sobre a mesa.

— Depois dessa ela vai precisar de cadeira de rodas — disse Latino rindo. Todos riam.

— Foi pra me vingar das vezes em que fiquei de castigo na diretoria — justificou ele dando uma risada estridente característica.

Na sequência, Devassa em um consultório médico sendo penetrada pelo ginecologista com o transdutor endocavitário usado no exame transvaginal.

— Confesso que sempre tive essa fantasia — comentou MILF rindo, seguida pelos outros.

— É isso que fazem com nossas mulheres lá dentro? — indagou Latino debochado. — Seu bando de safadas!

— Seu dia vai chegar quando o desafio for durante o exame de próstata — rebateu Sara com o sorrisinho irônico de sempre. — Acreditam que eu cheguei a gozar?

— Sério? — foi Marvin quem perguntou.

— Eu gozo com facilidade — ela olhou para Paula, sorrindo provocativamente.

Paula apenas ergueu o queixo, em silêncio.

O desafio seguinte foi o de Latino transando com um casal. A princípio o marido apenas observava e se masturbava, mas logo se juntou à brincadeira. Paula surpreendeu-se ao ver Fernando penetrando tanto o homem quanto a mulher.

— Uau! E eu achando que você era um homofóbico — apontou ela.

— Ninguém avisou à vadia novata que não há restrição de gênero?

Paula sentiu-se inflamar de raiva pelo insulto.

— Ele é homofóbico sim — Valentina cochichou em seu ouvido. — Mas aprendeu a lidar com o fato de ter que transar com homens para continuar no clube e ganhar mais.

— Além do mais na iniciação todo mundo come você — foi Nayuri quem cochichou. — Não importa se é homem ou mulher.

Fernando a olhava com desdém. Na tela a edição mostrava Latino sendo chupado pelo casal, e ato contínuo sendo penetrado enquanto fazia sexo oral na esposa do homem.

— Quem nunca deu o cu levante a mão — sugeriu Rafael divertido. Ninguém ergueu a mão. Ele riu alto.

Paula estava estática, pasmada. Por isso não esperava. Aqueles homens másculos, que transbordavam testosterona eram bissexuais? Como se adivinhasse seus pensamentos, talvez por ver sua expressão facial, Aquiles esclareceu:

— Não somos gays, se é o que está pensando, e com exceção do Marvin, que é bi, fazemos isso pelo Clube. É como atores que beijam outros homens por interpretarem personagens gays. Nós interpretamos personagens, realizamos fantasias.

— Eu sou bi, mas sou ativo — deixou claro Marvin. — Você só é gay se for passivo.

— Como o Latino? — Paula alfinetou, fazendo um gesto para a tela, vingando-se do insulto anterior.

— Vai se foder, cachorra — Fernando mostrou-lhe o dedo médio.

— Não me foderia tão bem como está sendo fodido — apontou mais uma vez para a tela.

Alguns deram risada, mas sabiam que o clima estava esquentando e aquilo tinha que parar. Latino se levantou furioso. Devassa observava Paula silenciosamente, analisando-a.

— Chega — interviu MILF. — Ou ambos serão penalizados.

Fernando se sentou, ainda fuzilando Paula com o olhar. Nayuri estava tensa, segurando o braço da Feiticeira.

— Segura a onda, Paula — aconselhou Valentina baixinho. — Não vai querer colecionar inimigos em sua primeira semana.

Chegou a vez do vídeo de Paula no hospital, vestida de enfermeira. Havia risadas após cada frase dela para convencer o rapaz de ligar para a noiva. Quando finalmente iniciou o sexo oral, Rafael deu um grito de comemoração.

— E a boquinha mágica da Feiticeira entra em ação! — comemorou ele imitando um comentarista de jogos.

Com exceção de Latino e Devassa, todos bateram palmas para ela.

— Parabéns pelo seu primeiro desafio — congratulou Pâmela com um sorriso terno.

— Obrigada.

Estando bem próxima a Nayuri, Valentina percebeu que ela estava gelada.

— Você está suando frio! — disse enxugando a testa da Japa.

— Preciso respirar um pouco — ela disse se levantando. Volto antes da segunda fase.

Paula percebeu que Nayuri caminhava às pressas para a área da piscina.

— Aonde ela vai?

— Tentar segurar a barra. Ela sempre fica assim quando sabe que vai ser punida.

— As punições são tão terríveis?

— Não te falaram ainda? Me diz que não fez nenhuma besteira... — disse em tom preocupado. — Está vendo o olhar da Sara quando olha pra você? Se ao menos um dos seus desafios falhar...

Paula engoliu em seco. Estava começando a ficar preocupada.


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É bom ficar, Paula.

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