Uma chuva torrencial caía lá fora. Não havia ninguém na área externa do loft. Paula estava encostada ao balcão do bar, bebendo uísque; nos sofás Sara, Negão e Nayuri conversavam sobre masturbação. Paula dissera querer ficar sozinha quando a chamaram para se juntar a eles. Logo acima, encostada na proteção do segundo andar, Pâmela fumava um cigarro.
— Não acredito — Devassa deu uma risada. — Todo dia?
— Claro que sim! — Negão respondeu, bem à vontade, deitado no sofá. — Qual o problema?
— Você transa praticamente todos os dias! Por que precisa se masturbar?
— Masturbação é uma necessidade humana, como respirar ou comer.
— Fale por você — Sara desdenhou, tomando um gole de sua bebida.
— Ah, eu me masturbo também, mas não todo dia — era Japa. — Prefiro transar.
— Corrigindo: é uma necessidade masculina — retificou Negão.
— Não faz sentido pra mim — falou Sara. — O que você imagina quando se masturba?
— Depende. Às vezes lembro de uma transa ou outra, homenageio vocês...
— Homenageia? — Japa deu uma risada alta.
— É. Apesar de que as punhetas não são muito fiéis. Começo com a Sara e termino com a atendente da padaria.
Os três riram.
— Eu não imagino ninguém específico — refletiu Nayuri. — Apenas começo a me tocar, a me sentir, pensar no sexo em si.
— Ah, não — Rafael balançou a cabeça. — Pra mim, basta um gatilho. Um rabo de saia, uma conversa de sacanagem... Mas tem que ter algo visual. De vez em quando abro o XVideos.
— Procure ajuda médica — recomendou Sara.
Paula deixou o copo sobre o balcão. Deu a volta, indo até a escadaria e subiu lentamente, até chegar ao lado de MILF.
— Não está no clima hoje?
— Estou pensativa — respondeu Paula.
— Eu também.
— No que está pensando?
MILF não respondeu. Seu olhar estava fixo nos jovens lá embaixo.
— Tenho um mau pressentimento — respondeu baixo.
— Em relação a quê?
— A "quem".
Paula olhou na mesma direção que Pâmela.
— Japa?
— Mais baixo.
— Desculpe.
— Sim.
— O que tem ela? — Paula sabia exatamente o que ela estava pensando, mas queria que saísse de seus lábios.
— Não confio nessa garota. É imprudente, impulsiva, inconsequente. Passou por muita coisa, mas agora quer se reafirmar.
— Isso não é bom?
— Não se tiver más intenções.
— Más intenções? — Paula fingia surpresa.
— Já falei com Sara a respeito de meu pressentimento. O último castigo foi traumatizante. Já vivi bastante para ver exemplos de pessoas que esperaram o prato esfriar para comê-lo.
— Fala de vingança?
— Sim.
Paula olhou para baixo mais uma vez.
— Não acho que ela seja capaz — mentiu. — Mas é melhor deixar isso bem claro para Sara.
— Já disse, eu falei com ela. Sara também não confia nela, eu sei disso. Essa loira é esperta. Se mantém próxima de seus inimigos.
Era a hora de Paula colocar o plano em ação.
— Sabe o que eu acho, de coração?
— O quê?
— Não disse isso a ninguém, e até havia esquecido, mas... — fingiu pensar no assunto, fazendo uma pausa. — Quando a filha de Sara...
— Eu também — Pâmela a interrompeu. — Não disse nada a Sara por medo que fizesse uma bobagem. Ela seria capaz de matar por causa da filha.
— Acha mesmo?
— Acho — colocou o resto do cigarro no cinzeiro ao lado do braço. Não tenho provas, nem você. Então melhor ficarmos quietas.
— Tem razão... — Paula não esperava a desconfiança de MILF com relação à filha de Sara, muito menos que não estava disposta a compartilhar a suspeita com a mãe da garota.
Se Sara chegasse até Nayuri ameaçando-a de morte caso algo acontecesse com a filha, seu plano seria mais eficaz. Pelo visto teria que pô-lo em prática sem esse detalhe.
Aproveitou para satisfazer a curiosidade.
— Sua graduação é diamante, certo? Há a mais alta?
— Não. Há mais uma. Titânio.
— Acha que chega lá em breve? — Paula estava eufórica por dentro. Era o que queria saber.
— Não. Estou ficando velha demais para o fetiche. Em breve não serei mais útil e me aposentarei. Cumpri meu papel.
— Todos estamos aqui graças a você. Mas, tenho uma dúvida... Se você foi a primeira, quem trouxe você ao Clube?
Pâmela sorriu para ela com ternura.
— Olhe apenas para a frente, Feiticeira. Olhando para trás não chegará ao titânio.
— Seria pretensão minha... — mentiu novamente.
— De todos aqui, você é a mais ambiciosa. Quero ainda estar no Clube para ver você chegar lá.
Paula sorriu.
— Quem sabe... — olhou para Nayuri, rindo alto lá embaixo.
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Eita. O que será que ela está tramando?
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Clube Proibido [completo]
Tajemnica / ThrillerAté onde vão os limites da luxúria e do desejo? Para o Clube, eles não existem. Sem tabus, sem pudores, sem vergonha... Jovens deliciosos, irresistíveis, mestres na arte da sedução, prontos para realizar as mais impensáveis fantasias de estranhos. ...