Capítulo 36: Empréstimo

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Ela não parava de ajeitar a franja e seu rosto devia estar doendo de tanto sorrir. Aquiles esforçava-se para manter-se sedutor, mas a mulher devia ter uns cinquenta quilos a mais que ele e uma sobrancelha grossa que o incomodava. As pessoas nas mesas ao redor não paravam de olhar para o improvável casal e cochichar seus comentários maliciosos.

— Então, o que acha de sair deste restaurante chato e irmos a um lugar um pouco mais... confortável?

— Adorei a ideia — ela piscou sensualmente, movendo a sobrancelha como uma lagarta. — O que tem em mente?

Deus, acabe logo com isso!

— Confia em mim?

— Acabamos de nos conhecer... Ainda nem acredito! Sempre janto sozinha aqui e do nada você aparece puxando conversa... Não sou tão fácil, rapaz!

Não acredito que vai se fazer de difícil... Puta que pariu!

— Há algo em você diferente...

— O quê, exatamente?

Suas sobrancelhas vivas.

— Seu olhar. Você tem olhos enigmáticos. Quando vi você, logo fiquei intrigado e te observei de longe.

— Então, só com meu olhar já quer me levar pra um lugar mais... confortável?

— Sempre vou direto ao ponto com o que eu quero.

— E o que você quer?

Raspar essas taturanas de cima dos seus olhos.

— Posso ser sincero? — sussurrou se inclinando para mais perto dela.

— Deve!

— Quero chupar você inteira.

Ela enrubesceu, mas de acordo com a descrição do desafio, quanto mais pornográfico fosse o linguajar, mais ela se excitaria.

— Nossa — ela se abanou com a mão. — Assim você me mata!

— Então aceita?

— Só se me disser tudo o que vai fazer comigo — ela mordeu o lábio, sensualizando.

Obrigar você a correr em uma esteira a noite inteira, sua porca.

— Hum... Então gosta de detalhes... Pois bem, eu vou...

O celular tocou. Pegou automaticamente, para ver de quem se tratava.

Paula.

— Posso atender rapidinho?

— Fique à vontade. Só não vá fugir! — ela deu uma risada, mas Playboy sabia que era um medo real, de que aquilo se tratasse de uma brincadeira de mal gosto e ele fosse embora para rir com seja lá quem.

Aquiles se afastou, indo para a área externa do restaurante. Atendeu.

— Oi, Feiticeira.

— Muito ocupado, Playboy?

— No meio de um desafio — não estava com paciência ou humor para entrar em detalhes.

— Legal. Sua pupila aqui precisa de sua ajuda.

— Estou ocupado, garota.

— Se estivesse tão ocupado não teria atendido, garoto. E não estou pedindo ajuda, só comunicando que preciso. Você vai me ajudar de livre e espontânea vontade.

— E de onde tirou essa autoconfiança toda? — ele sorriu. — Não estou com saco para bancar o bom samaritano. Quer ajuda com um desafio?

— Exatamente.

— E o que eu ganho com isso?

— Nada.

Playboy riu.

— É assim que convence as pessoas? Sua técnica não parece muito atrativa. Mas só por curiosidade, que tipo de ajuda você precisa?

— Dois empréstimos. Um em dinheiro, uns cinco mil, e seu carro, o amarelo.

Aquiles riu alto.

— Cinco mil e meu carro?

Uns cinco mil. Talvez seis ou sete, pra garantir.

— Pare de usar drogas. Tchau, estou ocupado.

— Se desligar vai se arrepender.

— Uh! — debochou. — Isso é uma inversão de papéis? — riu. — Esse foi nosso primeiro diálogo, lembra?

— Se não me emprestar vou fazer merda das grandes, de propósito, e você vai pagar, por ser responsável por mim.

Aquiles desfez o sorriso.

— Não vai me intimidar com isso, gata. Se fizer merda você também se fode.

— Quem falou em intimidar? Falo de parceria. Vou ficar te devendo uma e como agradecimento vou trepar com você, com exclusividade.

— Agora a proposta fica interessante. Mas posso transar de graça com quem eu quiser.

— Um pouco pretensioso, mas não vou negar. Só garanto que se não me auxiliar, além de ser punido, nunca mais vai enfiar o pau em mim.

Aquiles riu. Agora ela pegava pesado. Ele adorara transar com ela. Queria uma que não fosse grupal, só com ele.

— Você tem um carro.

— Preciso de um como o seu. Um bem chamativo. E quanto ao dinheiro, devolvo quando receber meus espólios.

— O dinheiro não é problema. Mas tenho ciúmes do meu carro.

— Tudo bem. Vou ligar pro próximo rei do camarote. Bye.

— Ei!

— Oi.

— Você é uma filha da puta, sabia? Pra que horas quer o carro?

— Em no máximo duas horas.

Aquiles calculou mentalmente quanto tempo levaria para transar com a gorda. Ia dar tempo.

— Deixo em sua casa então. O dinheiro eu transfiro online.

— Você é muito fácil. Nem me esforcei.

— Não abuse da minha solidariedade.

— Quem prova da xota mágica vira escravo, não se envergonhe.

— Tchau — desligou.

Tinha de voltar pra mesa. A gorda. Algo passou por sua cabeça. Se as sobrancelhas eram daquela grossura, como não seriam seus pelos pubianos?


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Maldade, Playboy!

Queridos leitores e leitoras, ainda esta semana, pelo menos cinco capítulos em um só dia com a saga do Resort. O que estão achando? Seus comentários me estimulam bastante a escrever mais! Divulgue aos seus amigos!

A espera vai valer a pena!


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