Capítulo 100: Jockey Club

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Paula nunca antes havia visitado o Jockey Club de São Paulo, mas sabia que o lugar era aberto ao público. Este detalhe era essencial para que seus planos funcionassem. Após horas diante do computador lendo e vendo vídeos sobre o clube, turfe, e como fazer apostas, ela finalmente fez a primeira visita de campo.

— Nossa! Faz anos que eu não ando aqui! — comentou Jacó assim que passaram pela entrada da sede, percorrendo um corredor com paredes de vidro. — Eu era um rapazote.

— Deve ter sido então junto com Dom Pedro I — brincou Miranda, divertida.

— Você é mais velha que eu, sua dinossaura.

— Mas muito mais conservada! — ela riu.

— Vou ter que concordar, vô — disse Paula. — Se bem que hoje o senhor está um gato!

— A gente mal sai, Paulinha — observou Jacó. — Vir pra um lugar chique desses é a desculpa perfeita pra usar a roupa nova.

— E você está linda, Paula! — elogiou Miranda.

— Obrigado, vó — Paula abriu um sorriso. Havia levado o carro ao conserto antes que os avós vissem o estrago e se preocupassem ainda mais. Como ambos haviam aparentemente desistido de descobrir como ela conseguia dinheiro e por onde andava quando não voltava para casa, sentia-se mais à vontade para deixá-los desfrutar de seus espólios.

Passearam pelas dependências do Jockey Club. O espaço era enorme, e apesar de ter grande área exclusiva para os membros, as corridas, bares e restaurantes eram de acesso ao público. As arquibancadas não estavam cheias, mas na pista já acontecia uma corrida.

— Vamos apostar! — empolgou-se Jacó.

— Não senhor — Miranda balançou a cabeça. — Não quero gastar dinheiro com apostas.

— Relaxa, vó, dá pra apostar com apenas dois reais.

Após uma rápida explicação sobre como funcionavam as apostas, Paula convenceu a avó a apostar.

— Como sabe tanto sobre corridas, Paulinha? — Jacó admirou-se.

Fiz meu dever de casa.

— Eu li bastante. Queria ficar por dentro antes de vir conhecer.

Nem precisaram se dirigir ao guichê de apostas. Uma mulher de preto, assim como vários outros funcionários com a mesma roupa passeavam entre as dependências com uma pequena máquina em mãos, similar às de passar cartão de crédito. Fizeram apostas na categoria placê, onde o apostador vence caso o páreo chegasse em primeiro ou segundo lugar. Nenhum dos três ganhou, mas divertiram-se bastante torcendo.

— Quero tentar mais uma! — empolgou-se Miranda.

— Olha essa velha! — riu Jacó.

Paula divertia-se, mas observada cada canto, passagem, detalhe. Precisava decorar tudo para que seu plano funcionasse. Tinha ainda mais de uma semana antes de seu tempo acabar, mas o dia seguinte, domingo, seria crucial.

Anoitecia. Era a hora de conhecer um lugar essencial.

— Vamos jantar? — Paula convidou.

— Estou morrendo de fome! — confessou Jacó.

— Eu também — concordou Miranda.

— Pois tem um restaurante especial que gostaria de levar vocês...


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Qual será o plano da feiticeira? Algum palpite?

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