Capítulo 18: Bem-vinda ao Clube

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— Uau — Paula sussurrou, embasbacada.

Paula não entendia muito de arquitetura, mas soube identificar de cara que se tratava de um loft. Olhou ao redor, para toda a amplitude e beleza daquele lugar: pé-direito duplo, paredes de tijolos estilo industrial à vista e tubulação à mostra, sem divisórias entre os cômodos e espaços comuns a uma casa. O teto lembrava o de uma fábrica, com enormes janelas de vidro a três metros de altura do chão, com luminárias presas a uma estrutura que lembrava vagamente a de estúdios de TV.

O piso era de madeira com um ambiente de sala de estar no centro, com sofás de couro marrom, poltronas e pufes pretos, sobre um admirável tapete vermelho, tendo ao centro uma mesinha de vidro; à esquerda havia um bar, com bancos de couro vermelho, balcão escuro com luzes LED na parte de baixo da superfície, deixando sua extensão iluminada e uma incrível variedade de garrafas nas prateleiras ao fundo, além de quadros retrô que remetiam a pubs tradicionais; ao lado, mais ao fundo, duas mesas de bilhar, também com quadros ao fundo; na parede oposta ao bar havia uma TV de no mínimo setenta polegadas, pelo que Paula calculou, em um suporte de madeira negra, ficando confortavelmente visível a quem estivesse nos sofás do centro; ao lado da TV havia uma escadaria que levava a um segundo piso lateral, como o da boate, circundando parte da parede esquerda e toda a parede do fundo. De onde estava, Paula conseguia ver que se tratavam de ambientes com camas, e um banheiro, sendo este enclausurado por paredes de vidro com cortinas. No lado oposto à escadaria, já ao fim da plataforma, um tobogã cinza levava ao piso de baixo, já bem próximo às mesas de bilhar.

Abaixo da escadaria, na parede esquerda, uma cozinha rústica com eletrodomésticos vermelhos, e uma mesa de jantar com doze cadeiras logo em frente, atrás da sala de estar. A parede dos fundos era de vidro e Paula pôde enxergar uma piscina iluminada alguns metros além.

Ao seu lado direito, à porta dupla onde havia acabado de entrar, havia uma mesa de DJ com aparatos sofisticados, e à esquerda havia um palco circular com duas barras de pole dance com chão prateado e confortáveis almofadas e pufes nas bordas, tendo logo acima das barras um jogo de luz suspenso. Mais ao fundo do palco de pole dance, colado ao canto, um extenso sofá de couro preto, cobrindo dois metros de cada parede. Era tudo muito espaçoso, amplo. Toda a decoração era bem colorida, contrastando com a madeira, o cinza e os tijolos, com destaque para o vermelho.

Todos estes detalhes foram captados por Paula em uma fração de segundos. Sua atenção logo foi tomada pelas pessoas ali presentes, ocupando aquele espaço: Dois homens e uma mulher no bar, duas mulheres sentadas conversando em um dos sofás do centro — Paula logo identificou que uma delas era Devassa. — e um casal conversando na área externa enquanto fumavam. Todos os olhares convergiram para Paula no momento em que a porta dupla foi aberta.

— Desculpem o atraso — Aquiles disse alto.

Os dois só andaram alguns metros, ficando em uma área limpa de móveis entre a entrada e os sofás. Os três do bar levantaram primeiro, indo cumprimentá-la.

— Prazer, princesa! — disse estendendo a mão um homem alto, de corpo atlético e pele bem negra, com o sorriso mais branco que Paula lembrava ter visto. — Sou Rafael.

— O "Negão" — complementou Aquiles, divertido. — Este é o codinome dele.

— Bem sugestivo — Paula sorriu, deixando a mão ser beijada pelo anfitrião.

O próximo a estender a mão era corpulento, com os braços repletos de tatuagens e uma enorme barba, mesmo aparentando ter a mesma idade que Paula.

Clube Proibido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora